Imagens Diana: Reprodução/Pinterest
Se quem foi rainha, nunca perde a majestade, o mesmo se aplica a uma das uma das princesas mais admiradas e populares de todos os tempos: a Princesa de Gales Diana, que, tragicamente, nunca viria a se tornar a consorte do Reino Unido. Entretanto, ela deixou uma marca pessoal indelével e se tornou uma das personalidades mais admiradas das últimas décadas. Causava encanto por onde passava, pela beleza, carisma, elegância, empatia e sensibilidade. Amada pelos súditos ingleses, ganhou carinhosamente o apelido de Princesa do Povo, especialmente pela vocação humanitária e filantrópica. Em comemoração ao que seria seu aniversário de 59 anos, confira nosso especial em sua homenagem.
A TRAJETÓRIA DE UMA LADY
No dia 1 de julho de 1961 vinha ao mundo uma das mulheres que mudaria a dinâmica da família real britânica. Diana Frances Spencer nasceu na aldeia de Sandringham, no condado de Norfolk, Inglaterra. Foi a quarta dos cinco filhos de Edward John Spencer e Frances Ruth Burke-Roche. Eles esperavam que fosse um menino e ficaram decepcionados ao descobrirem que era outra menina.
Edward Spencer tornou-se o oitavo Conde Spencer, após a morte de seu pai, em 1975. Com isso, Diana e suas irmãs receberam o título de Lady. A família se mudou para Althorp, a propriedade de campo histórica da família. Apesar de muitos acharem que ela era uma plebeia, a informação é uma mentira. Os Spencer formam uma das mais antigas e nobres da aristocracia inglesa, descendendo da Dinastia Stuart, pelo rei Charles II.
É relatado em diversos documentários o sofrimento de Diana pelo número familiar disfuncional, mesmo com todos os luxos e confortos, a futura princesa não tinha uma família unida e feliz. O casamento de seus pais era recheado de rumores de traições e eles se separaram ainda na infância das crianças, que foram acompanhadas por babás na maior parte do tempo e tiveram pouco contato com a mãe.
EDUCAÇÃO
Diana foi educada pela governanta Gertrude Allen. Mas sua primeira experiência em educação fora de casa foi na Silfield Private School, em Gayton, Norfolk. Quando tinha 9 anos, foi transferida para um internato só para meninas, chamado Riddlesworth Hall School. Já aos 12 anos, começou a estudar em outro colégio similar, a West Heath Girls’ School, em Kent. De acordo com os registros escolares, ela não foi uma estudante particularmente talentosa, falhando duas vezes nos exames O-levels, aplicados nos adolescentes britânicos.
Sua educação formal acabou por volta dos aos 16 anos e foi enviada para uma instituição na Suíça, a Institut Alpin Videmanette, escola de elite onde ficou até 1978 e terminou os estudos. Porém, Diana se destacava em dança, ballet em particular, mas sua altura e background a inibiram de seguir carreira na área. Segundo o site oficial da família real britânica, ela também mostrava talento em música, especialmente piano e ciência doméstica. Além disso, ganhou um prêmio escolar por ser a garota que mais ajudava o colégio e os colegas.
INÍCIO DA VIDA ADULTA
A então Lady se mudou para a capital, Londres, onde morou em um flat em Coleherne Court e teve empregos normais, como faxineira, instrutora de ballet no Studio Vacanay e, depois, professora de educação infantil, na Young England School, em Pimlico. Como noticiado extensivamente pela mídia inglesa, ela era aparentemente tímida e não saía muito. Entretanto, trabalhou em seu último emprego até o seu noivado oficial com o Príncipe de Gales, Charles.
RELACIONAMENTO COM CHARLES
Desde 1975, a família Spencer era vizinha da família real britânica e ambas já se conheciam há muitos anos, tendo ligações amigáveis, mas Diana só passou a conviver mais com seu futuro marido, Charles, dois anos depois, de acordo com o site oficial da monarquia. Curiosamente, como relatado pelos tabloides ingleses, sua irmã mais velha Sarah Spencer namorou o príncipe antes dela. Foi ela quem apresentou os dois, após a primogênita não querer se tornar parte da monarquia.
Charles e Diana ficaram mais próximos aparentemente em 1980, quando a imprensa começou a publicar os rumores do relacionamento, que tinham 31 e 19 anos, respectivamente. Há rumores de que eles saíram apenas 12 vezes antes do pedido de casamento. Neste período, Di começa a ser extensivamente fotografada. Philip, o marido da Rainha Elizabeth II, escreveu uma carta para seu filho em janeiro de 1981, com o conselho de se comprometer seriamente com a Lady ou terminar com ela.
Então, diante da decisão, o anúncio oficial do noivado ocorreu em fevereiro de 1981. Em julho do mesmo ano, casam-se na Catedral de St Paul’s, Londres, em uma cerimônia que ficou marcada na história, para cerca de 3.500 convidados, três semanas após o aniversário de 20 anos da noiva. O evento suntuoso foi transmitido ao vivo, pela televisão, para todo o mundo. Com o casamento, Diana se tornou oficialmente “Sua Alteza Real a Princesa de Gales”, e desde então tornou-se muito querida e admirada por todos, realizando obras de caridade e viajando em missões oficiais da família real britânica. O casal teve dois filhos, nomeados príncipes britânicos, o herdeiro do trono William, Duque de Cambridge, em 1982, e Harry, Duque de Sussex, em 1984.
O vestido de noiva era dos designers David e Elizabeth Emanuel e caracteriza o exagero dos anos 80, com mangas volumes e muito volume. Além disso, como acessórios, ela usou sapatos de salto baixo com 150 pérolas em cada, que formavam o desenho de um coração, e a Tiara Spencer, feita de ouro e diamantes.
POLÊMICAS, BELEZA, SIMPATIA E GLAMOUR
Entretanto, uma anorexia de origem nervosa e crises depressivas foram o estopim para que tabloides britânicos e ao redor do mundo desconfiassem que algo não ia bem no casamento mais festejado do planeta. Adultérios de ambos os lados também ganhavam as manchetes dos jornais. Os rumores se confirmaram. Em 1992, foi anunciada a separação do casal, sendo o divórcio oficializado em 1996. Em consequência, ela perdeu o título de “Sua Alteza Real”, mas continuou a ser chamada de Princesa de Gales.
As aparições públicas de Lady Di causavam verdadeiro alvoroço por onde quer que ela passasse. Os flashes eram inevitáveis diante da radiante beleza, simpatia e glamour da princesa. Ela apareceu na capa da People mais de 50 vezes, 8 vezes na Time e em 7 capas da Newsweek. No imaginário popular, ao mesmo tempo em que ela personificava a princesa dos contos de fada, também atraía a atenção pelo charme peculiar e por ter um lado de pessoa comum e relatável.
Como uma das mulheres mais fotografadas de todos os tempos, Lady Di, portanto, se consagrou também como um dos maiores ícones da moda. Não seguia à risca os modelos impostos pela monarquia britânica. Era ousada e fugia ao estereótipo das integrantes da realeza, sendo constantemente capa de revistas de moda pelo bom gosto em se vestir.
UM ÍCONE FASHION, INSPIRAÇÃO DE ESTILO
Quase todo mundo sabe que a Diana é um inegável ícone fashion do século XX e, de acordo com a revista Claudia, ela ditou a moda dos anos 80 e 90, com peças coloridas mistura de estampas clássicas e a quebra de vários protocolos reais. Realmente, Lady Di estava à frente do seu tempo, sendo inspiração para diversas tendências utilizadas nos tempos de hoje, seja com volumes estratégicos, babados ou ombros marcados.
A Vogue UK afirma que nos primeiros anos de casamento, a então Princesa de Gales deixou que conselheiros reais escolhessem peças de seu guarda-roupa, mas isso não durou muito tempo e logo estabilizou seu estilo autêntico. Segundo o site PopSugar, um british couturier disse que ela era “uma mulher elegante e confiante, que pode olhar para as lentes de qualquer câmera”, em 1982, quando Diana apareceu em um show fashion de caridade com um vestido Bruce Oldfield azul. Esta foi, provavelmente, uma das cores favoritas dela.
Seu estilo variava entre executivo sofisticado, o romântico e o casual. O último principalmente quando usava mom jeans ou biker shorts com t-shirts, camisas, moletons e blazers oversized. Botas de cano alto e tênis eram vistos em seus pés nestes momentos. Tais peças citadas são trends no mundo da moda atualmente e mostram que estava inteirada do cenário de street style da época.
CORES E MODELAGENS
Diana se destacava também pelo uso de cores vibrantes, colorblocking e estampas clássicas, como polka dots, giz e xadrez Príncipe de Gales. Entretanto, essas características criativas e ousadas eram utilizadas de forma assertiva, visto que a princesa era extremamente elogiada pela adequação nos ambientes e pelo ar glamouroso que trazia à monarquia. Era inovadora, principalmente por trazer preto para os eventos noturnos da realeza, que antes utilizava o tom apenas para o luto.
Em relação à modelagem, ela era fã de uma silhueta forte. Os ombros eram um dos destaques das peças, enquanto as mangas bufantes davam um ar mais delicado e romântico para alguns looks de Di. Que chamava atenção por dar prioridade para estilistas britânicos e aparecia com frequência utilizando Catherine Walker e Bruce Oldfield. Além disso, ela tinha uma queda pela grife italiana Versace, considerada ousada, que também fez diversos looks da princesa.
ACESSÓRIOS, MAQUIAGEM E CABELO
Já em relação aos acessórios, Diana popularizou o scarpin ainda mais, sendo seu to go em ventos que requeriam certo grau de formalidade. Bolsas de mão, chamadas de clutch, também ganharam projeção com a princesa. Inclusive, a Dior pediu para que sua icônica e clássica bolsa Lady Dior fosse nomeada em homenagem a ela, o que mostra mais uma vez que Di era uma figura relevante na moda e na emergente cultura pop.
Conforme foi ficando mais velha, o cabelo ficou mais curto e prático. Parece que nunca foi uma adepta do visual extra longo, mas o comprimento das madeixas de Diana variou um pouco ao longo dos anos. O seu corte mais famoso surgiu entre 1989 e 1990, com o cabeleireiro Sam Mcknight. Um sucesso entre as mulheres, o seu tom de loiro também virou tendência.
Na make, optava por um look natural e sofisticado. De acordo com a sua última maquiadora, Mary Greenwell, Di parou de usar delineador azul porque escondia seus olhos. Mas, a profissional afirma que a pele da Princesa de Gales era “imaculada, linda maravilhosa”. Por fim, veja a seguir alguns dos looks mais icônicos que definem a estética de Diana:
TRABALHO FILANTRÓPICO E VOCAÇÃO HUMANITÁRIA
Não é à toa que Diana é considerada a “Princesa do Povo”, sua empatia e trabalho humanitário conquistaram o mundo e trouxeram atenção para discussões de temas importantes. Ela chegou a ser patrona de 100 instituições de caridade, além de ser reconhecida como uma pessoa atenciosa, que se importava de verdade com as histórias das pessoas.
“Eu penso que a maior doença que o mundo sofre, neste dia e era, é a doença das pessoas não se sentirem amadas, e eu sei que posso dar meu amor por um minuto, meia hora, um dia, um mês, mas posso dar – eu fico muito feliz em fazer isso e quero fazê-lo.”
— Diana
Um claro exemplo disso pode ser citado: após uma visita à Angola, pela Cruz Vermelha, Diana liderou uma campanha contra minas terrestres. Portanto, lutando a favor do banimento e retirada delas. Ela também visitou o centro de próteses da instituição, onde centenas de vítimas receberam atendimento. Enquanto a viagem foi documentada pela BBC em The Heart of the Matter, que mostra a histórica cena da princesa caminhando por um campo recentemente desminado.
Em 1997, mesmo ano em que ela foi ao país africano, o Tratado de Ottawa foi assinado por 157 países. Este documento proibia o uso, produção, estocagem e transferência de minas terrestres. Seu filho mais novo Harry, continua o legado de Diana, agora como o patrono da HALO Trust, organização britânica de desminagem que pediu o fim dessas armas até 2025.
O TRISTE FIM DE UM ÍCONE
O interesse público por Diana, mesmo após a separação de Charles, se manteve. Ela continuou a frequentar o noticiário. As especulações sobre envolvimentos amorosos eram constantemente alvo da mídia, principalmente em relação ao seu último namorado, o empresário egípcio Dodi Al Fayed. O que não se esperava era a manchete de sua morte prematura em 31 de agosto de 1997, em um trágico acidente de carro, em Paris, por conta de uma perseguição de paparazzi. O funeral de Diana na Abadia de Westminster foi transmitido pela televisão e assistido por 2,5 bilhões de pessoas all over the world. Passados mais 20 anos de sua morte, o tempo não apaga a jovialidade, beleza e carisma da Princesa. Seus filhos continuam a falar constantemente sobre a mãe, conversas cheias de elogios e boas memórias. Lady Di continua sendo lembrada por todos como uma das figuras mais expressivas e populares do século XX.
Para esta matéria, foram consultadas as seguintes fontes na internet: Veja, Yahoo, Royal.uk, Marie Claire, PopSugar, The Sun, Daily Mail, Claudia, Vogue UK e Huffpost.