Imagens: Divulgação/Amazon, The Hollywood Reporter e Los Angeles Times
A queridinha do Emmy, que premia as melhores produções de televisão, The Marvelous Mrs. Maisel faz com que o espectador viaje no tempo com reflexões e boas risadas. Indicada a 20 categorias do evento no ano passado, a série da Amazon Prime Video surpreende pelo humor e figurino de referências vintage.
Da mesma criadora de Gilmore Girls, Amy Sherman-Palladino, a nova aposta possui algumas características em comum, com os diálogos rápidos e o humor inteligente combinados a mulheres fortes em situações difíceis, de acordo com a revista Veja.
Situada nos anos 1950, a produção aborda a mudança de vida de Miriam “Midge” Maisel (Rachel Brosnahan), uma dona de casa que, após um divórcio escandaloso, encontra seu humor como uma possibilidade de carreira e torna-se comediante de stand-up. Veja a seguir alguns detalhes interessantes da história:
“Se formar na faculdade, arranjar um marido, ter duas ou três crianças e um apartamento em Manhattan elegante o bastante para oferecer os melhores jantares de Yom Kippur: Miriam “Midge” Maisel (Rachel Brosnahan) não queria muito mais que isso. Mas a vida apronta para a jovem, e ela precisa depender do que mais consegue fazer bem. E a diferença entre dona-de-casa de elite e comediante stand-up num barzinho de hipsters não é tão assustadora assim.”
– Sinopse da série, disponível no site AdoroCinema
EXPECTATIVAS CULTURAIS DIFERENTES
Na época em que se passa The Marvelous Mrs. Maisel, era comum que as mulheres dedicassem suas vidas somente à família, depois do casamento. Propagandas do período ensinavam as mulheres a estarem sempre agradáveis e belas, com os jantares feitos. Entretanto, o autocuidado era focado para o marido.
Midge era de uma família de quatro pessoas que vivia em Manhattan, Nova York. Ela até chegou a cursar faculdade, onde conheceu o esposo Joel Maisel (Michael Zegen). Entretanto, após o matrimônio, tornou-se dona de casa e teve dois filhos Ethan e Esther.
Muito cuidadosa com aparência, a protagonista faz de tudo para ficar bonita para Joel. Sempre arrumada, com maquiagem e cabelo feitos, ela até mesmo se deitava desse jeito. Quando o marido dormia, ela levantada e fazia seus cuidados com o rosto. Na manhã seguinte, acordava mais cedo para se maquiar antes que todos acordassem.
Entretanto, os esforços de Midge não levam a nada. Depois de um divórcio escandaloso, precedido de uma traição do marido, ela volta para a casa dos pais. Estes, não aceitam a condição da filha, pois para os anos 50 a situação era uma vergonha. Abe e Rose Weissmann (Tony Shalhoub e Marin Hinkle) protagonizam cenas da série hilárias e absurdas para os dias atuais.
UMA NOVA CARREIRA
A nova profissão da protagonista começou muito antes do que imaginávamos. Seu ex-marido, Joel, quis se aventurar no stand-up e ela sempre fazia anotações no seu caderno para ajudar nos shows. Porém, ele não era engraçado e roubava piadas de outros humoristas.
Quando ficou solteira, Midge quis se aventurar na carreira para a qual tinha talento e não teve vergonha de falar sobre temas considerados polêmicos para a época, como a gravidez. É aí que vemos que a personagem tem um talento nato para a comédia, um campo dominado por homens. Assim, o espectador pode ter um vislumbre de como era o ambiente dos Estados Unidos na época.
FIGURINO
Recheado de cores no tom pastel, mesclada com cores vibrantes, as roupas dos anos 1950 são retratas de modo verossímil. Mas, a produção optou por acrescentar um toque moderno na obra.
A equipe que dá vida à história conta com Donna Zakowska como figurinista-chefe, ao lado de Jerry DeCarlo e Patricia Regan (cabelo e maquiagem). Revistas da década, especialmente a Vogue francesa, fotos antigas e catálogos foram usados como referência para trazer mais realidade para a composição. Além disso, peças dos estilistas Charles James e Jacques Fath foram inspirações. Por fim, a atriz Audrey Hepburn no filme Funny Face (1957) também.
De acordo com entrevistas dadas por Zakowska, as roupas seguem a estética dos anos 50, mas são feitas de modo a retratar o mood e a fase pelo qual cada personagem está vivendo. Inclusive, a personagem principal é um case perfeito para a afirmação. Por exemplo, na primeira temporada, Midge usa cores vivas e dramáticas nos episódios. Assim como quando está no trabalho, a humorista prefere utilizar um clássico black dress como “uniforme de trabalho”. Mas, os modelos variam.
Enquanto na segunda parte do seriado, a protagonista passa por Paris e traz estampas, tons alegres e roupas descontraídas. Portanto, os pontos altos no seu guarda-roupa, no geral, são os trech-coats, conjuntinhos, vestidos rodados e casacos longos. No quesito acessórios, chapéus, bolsas, luvas e laços chamam a atenção. O estilo é romântico, mas com um toque contemporâneo.