Fotos: Vogue
Ela se reinventou ao longo das décadas e atingiu sua popularização, deixando de ser vista apenas como uma roupa formal para o trabalho. A alfaiataria expandiu sua modelagem, renovou suas cores e também conquistou seu espaço quando se trata de produções festivas, até as mais casuais.
UM POUCO DE HISTÓRIA
A palavra alfaiate tem sua origem na língua árabe e significa costureiro. O termo foi designado para oficinas onde as vestimentas eram produzidas manualmente. As peças possuíam muita exclusividade, visto que eram feitas com as medidas individuais de cada cliente. Inicialmente, as roupas em alfaiataria eram desenvolvidas especificamente para o público masculino, porém, no pós-guerra, passaram a ser usadas também por mulheres. Isso, devido a crise que seguiu o conflito. Sendo assim, o dinheiro para a compra de matéria-prima era pouco e a alfaiataria entrou como uma boa opção por possuir corte mais reto e gastar menos tecido.
As peças de alfaiataria são caracterizadas pelo caimento perfeito. Vale ressaltar que para receber esta designação elas precisam passar, obrigatoriamente, por padrões e processos específicos. São eles: corte reto e ajustado (feitos em tecidos secos sem fluidez), o que irá promover uma silhueta estruturada, forro, acabamento invisível ou interno com viés. Também são necessárias provas (no mínimo 3) para concluir uma peça de alfaiataria feita sob medida. Dessa maneira, são feitos ajustes de forma que o resultado final fique devidamente moldado ao corpo.
Ao longo de sua evolução, a alfaiataria adquiriu várias técnicas de produção e por isso podemos afirmar que existem vários tipos de alfaiataria. A mais conhecida e antiga de todas é a francesa. Conseguimos reconhecer a alemã pelos famosos uniformes militares, a inglesa pelo tradicionalismo e a italiana por carregar uma elegância distinta em seu DNA. Apesar de suas variantes, na alfaiataria o estilo clássico é determinante. Isso significa que o uso da criatividade é livre, porém, uma regra sempre prevalece: estrutura e corte reto das peças.
ALTA-COSTURA
A alfaiataria ficou mais conhecida na alta-costura nos anos 50, 60 e 70, por aparecer com muita ênfase em coleções de Monsieur Guilson, Hugo Boss, Paul Smith e Giorgio Armani. Mais para a frente, nas passarelas de Alexander McQueen, Jean Paul Gaultier, Gucci e Yves Saint Laurent ela ganhou versões femininas em tecidos luxuosos e também com bordados.
DOS TONS NEUTROS ÀS CORES
Ela transita do escritório para o urbano, até eventos mais descontraídos. Atemporal, consegue entregar estilo e elegância e ainda possui versatilidade ao ser combinada com outras peças ou acessórios. A alfaiataria clássica em preto e branco e tons terrosos, hoje ganha recortes mais ousados nas passarelas com uma vibe fashionista, ampliando seu repertório e atingindo um público mais eclético. Não é à toa que grandes marcas começaram a investir nos conjuntos de alfaiataria, adicionando cores enérgicas a paleta e entregando designs cada vez mais ousados para todos os gostos. Confira as marcas que vêm apostando nesta tendência em 2023: