Imagens: Divulgação SPFW
Minimalismo, referências à herança afro-indígena brasileira, cores vibrantes e representatividade LGBT deram as caras no quarto dia da São Paulo Fashion Week (SPFW). Aliás, um destaque é a escolha de fazer vídeos músicas, algo que algumas marcas decidiram apostar para o evento do sábado. Então, confira, a seguir, os destaques do que rolou:
ROCIO CANVAS
Estreante na SPFW, a Rocio Canvas aposta em um minimalismo estruturado e artístico, arquitetônico, para a coleção. Praticidade e beleza se misturam em peças lisas ou estampadas, de tecidos que lembram alfaiataria.
Portanto, o toque mais fashion é baseado nos recortes geométricos e nas assimetrias nas silhuetas modernas, que variam entre blusas e vestidos. A influência minimal veio com tudo nesta temporada.
LED
Uma das marcas que investiu em um vídeo musical em vez de um fashion film, com a participação dos artistas Alice Caymmi, Davi Sabbag, Bibi Caetano e Dani Vieira. A produção traz o desejo de reunir os amigos em casa.
Já nas peças, alfaiatarias comfy, em estilo pijama, vestidos de crochê com franjas e estampas que lembram papéis de parede, criam o mood confortável e festivo de estar em casa com os amigos.
TA STUDIOS
Adinkras, símbolos que representam conceitos da cultura Afro Acã, do Gana, são as referências da coleção elaborada pela estilista Gj Caldas. Além disso, as peças são coloridas e genderless, ou seja, é pensada para todas as pessoas.
Camisaria e dois signos importantes são o que mais chamam a atenção na TA Studios, que faz parte do Projeto Sankofa. Akoma Ntoaso, cruz do coração, significa tolerância, paciência, união. Bese Saka, flor, traz inspirações de poder, riqueza e abundância.
Nos tecidos e modelagens, as franjas aparecem frequentemente e o couro ecológico faz parte das aplicações em conjuntos de linho em tons vibrantes.
SILVERIO
Quando você pensa em escuridão, te remete a algo ruim? Então, é essa ideia que o estilista Rafael Silvério quer transformar. Em um estudo sobre escuridão, o estreante reinventa a beleza dentro de um ambiente com pouca luz.
Looks em camadas de preto seguem o conceito. Bombers, shorts, calças amplas, ternos… Todas peças são genderless.
FREIHEIT
Punk rock e minimalismo. A combinação inusitada rendeu uma coleção desfilada na Vila Itororó, palacete paulista dos anos 1920, em processo de restauração. Formas orgânicas e geométricas compõem as silhuetas.
Por isso, casacos quadrados, blusas e caimento reto, tricôs, corta-ventos e capas de chuva aparecem em modelagens amplas, visto que as peças são feitas para abrigarem vários tipos de corpos.
Aliás, a paleta de cores começa black and White e evoluiu para dourado, rosa, cinza, verde e outras cores chamativas. Tecidos como sarja, náilon, couro sintético, algodão e flanela são usados para constituir as roupas.
NERIAGE
De acordo com a Neriage, moda vai além da roupa. Portanto, no fashion film da marca, o enfoque está nos sentimentos. São eles que tomam os holofotes e transmitem o conceito da coleção.
Enquanto no lookbook, a aposta é nas peças clássicas da Neriage em formas e cores que brincam com fluidez e quebra de linhas. Plissados são a característica mais forte. Além disso, botões de aviamentos antigos foram utilizados para reforçar a identidade da marca.
MISCI
Modelagens dos anos 70 dão vida a conjuntos de linho, camisas com golas amplas e volumosas e listras em roupas masculinas e femininas na SPFW. No entanto, um toque de utilitarismo chama a atenção nas silhuetas dos camisões com bolsos frontais.
A coleção Boleia é inspirada na infância do do estilista Airon Martin, que foi criado na BR 63, do Mato Grosso. Por isso, o fashion film faz referências a beira de uma estrada e à estética dos caminhoneiros.
CAROL BASSI
Rio de Janeiro é a celebração escolhida pela estilista Carol Bassi. A marca homônima, estreante na SPFW, traz peças coloridas, volumosas, femininas e com um toque de influência carioca.
Vestidos com babados, mangas bufantes, ombros de fora, comprimentos midi e longos em cores sólidas que variam entre azul, amarelo, verde, laranja e branco trazem um ar alegre para a coleção.
ISAAC SILVA
Por fim, uma celebração às heranças históricas afro-indígenas do Brasil na coleção Axé, Boca da Mata! Em um fashion filme que se transforma em manifesto político, o estilista Isaac Silva reforça o apoio às comunidades indígenas através da moda.
A natureza influencia e cerca as peças, as quais incorporam a capulana africana, tecido usado em Moçambique, enquanto elementos naturais, como, por exemplo, folhas, fazem referência para as estampas.
Miçangas são a grande aposta da marca homônima. Elas aparecem nas padronagens dos conjuntos de linho e nos brincos. Vermelho e amarelo compõe a paleta de cores para as roupas de streetwear. Já a clássica combinação de preto e branco aparece no Samakaka, tecido africano de geometria contínua.