Imagens: Reprodução/Pinterest e Getty Images
Nascida em 21 de abril de 1926, às 2h40, em Londres, a rainha Elizabeth II, foi a monarca com mais tempo de reinado no Reino Unido e nos 15 outros Estados da Commonwealth, desde 2015, quando superou sua tataravó, a Rainha Vitória que se manteve por 64 anos no poder. A soberana foi coroada em 6 de fevereiro de 1952, após a morte de seu pai, Rei George VI, e completou 70 anos de reinado neste ano, antes de morrer.
A rainha faleceu pacificamente hoje, no dia 8 de setembro, no seu castelo em Balmoral, na Escócia, onde costumava passar as férias de verão. O novo rei, Charles II, estava ao lado da mãe. Assim como seus outros três filhos, princesa Anne e os príncipes Andrew e Edward, e o neto, príncipe William. Harry foi visto chegando ao local após o anúncio da morte da avó.
Em homenagem à soberana, confira um pouco da história de Elizabeth II, uma das mulheres mais poderosas e emblemáticas do último século:
SUA HISTÓRIA
Em 21 de abril de 1926, nascia Elizabeth Alexandra Mary, em Mayfar, Londres. É a primogênita do Duque e da Duquesa de York, na época, a terceira na linha de sucessão do trono britânico. Nos primeiros dez anos de vida, teve uma experiência relativamente mais livre e normal do que outras crianças nobres. Já que ainda não consideravam que um dia ela seria a rainha, apesar de ser a herdeira presuntiva.
Tudo mudou quando seu tio, o rei Edward VII, abdicou da posição por amor: seu objetivo era se casar com a socialite americana duas vezes divorciada, Wallis Simpson. O pai de Elizabeth então se torna o Rei George VI e assume o trono do Reino Unido.
A Segunda Guerra Mundial trouxe tempos difíceis para todos, incluindo a família real britânica. Elizabeth, com então 13 anos e sua irmã, a Princesa Margaret, de 9 anos, viveram parte da adolescência durante o conflito. Porém, a futura rainha, aos 18 anos, fez curso para ser motorista de ambulância e mecânica, um esforço com objetivo de ajudar na guerra. Além disso, as duas deram um discurso através de uma transmissão de rádio, focado nas crianças do Reino Unido.
ROMANCE COM PHILIP
Em 1934, a Rainha Elizabeth II conheceu , Philip, seu primo de segundo e terceiro grau, então Príncipe da Grécia, que morava na Inglaterra desde criança. No início da Segunda Guerra Mundial, os dois começaram a trocar cartas amigáveis, quando tinham 13 e 18 anos, respectivamente. Ele serviu como soldado britânico no conflito e durante este período, se viram algumas vezes. Após a guerra, ambos, já maiores de idade, expressaram a vontade de se casarem. É dito em diversas ocasiões, até mesmo em documentários da BBC, que Elizabeth nunca teve olhos para outra pessoa.
O noivado foi anunciado em 9 de julho de 1947, enquanto o casamento aconteceu em 20 de novembro do mesmo ano. Para a cerimônia ocorrer, o consorte da rainha renunciou aos seus títulos reais estrangeiros, adquirindo o sobrenome Mountbatten, originado da família de sua mãe. Na época, a monarquia europeia tinha o costume de realizar a união entre parentes. Atualmente, eles continuam casados e Philip é chamado de Sua Alteza Real, o Duque de Edimburgo.
Durante a cerimônia, a futura rainha da Inglaterra usou um vestido confeccionado por Norman Hartnell, como a situação econômica do país estava mal pelos conflitos mencionados anteriormente, Elizabeth, com 21 anos, utilizou cupons de racionamento para comprar os materiais necessários para a criação da peça.
Da união de Philip e Elizabeth nasceram quatro filhos: Charles, atual rei da Inglaterra, a Princesa Real Anne, o Duque de York Andrew, e Edward, Conde de Wessex.
E por que Philip não é rei consorte? De acordo com as leis britânicas, apenas os monarcas homens concedem o título para suas esposas, fazendo delas rainhas. Entretanto, caso a princesa assumir o trono, não pode se fazer o mesmo porque é uma forma de não passar a linhagem real para a família do homem.
MORTE DO PRINCIPE PHILIP
O Príncipe Philip, morreu no dia 9 de abril de 2021, aos 99 anos. Com a saúde abalada desde 2017, o Duque de Edimburgo passou por internações e cirurgias nos últimos anos. A última aconteceu ainda no mês de fevereiro, em 2021, por conta de uma infecção. Após deixar o hospital, manteve-se no Castelo de Windsor, até o dia de sua morte. O velório aconteceu no dia 17 de abril de 2021, em uma cerimônia íntima e discreta que reuniu apenas os familiares no Castelo de Windsor, na Inglaterra. Devido a pandemia da Covid -19, todos os participantes usaram máscaras e a Rainha Elizabeth II, vestida de preto e mostrando-se abalada, assistiu a cerimônia da morte de seu companheiro de mais de 70 anos de convivência, longe dos demais membros da realeza e com lágrimas nos olhos.
Foto: The New York Time – Jonathan Brady
RAINHA DO REINO UNIDO
A rainha Elizabeth II tornou-se a soberana do Reino Unido em 6 de fevereiro de 1952, após a morte prematura de seu pai, o Rei George. Ela estava em viagem à África com o marido e foi ele quem deu a notícia. Segundo os rumores da época, era muito próxima do pai e ficou muito abalada.
A cerimônia de coroação foi realizada em pouco mais de um ano após o início do seu governo constitucional, na Abadia de Westminster, e com uma novidade moderna: o evento foi televisionado pela primeira vez, dando oportunidade aos súditos de assistir o momento histórico. Durante o acontecimento, o Duque de Edimburgo teve que se ajoelhar aos pés da esposa e jurar honrá-la e obedecê-la, uma contradição à época, quando as mulheres juravam honrar e obedecer no dia do casamento.
Por fim, o vestido utilizado no grande dia foi desenhado por Norman Hartnell, contendo os emblemas florais dos principais países da Commonwealth. Entre eles, a Rosa de Tudor inglesa, o cardo escocês, o alho-poró galês, o trevo irlandês, a flor-de-lótus pela Índia etc.
ESTILO: SERIEDADE E CORES CHAMATIVAS
Sendo presença até na London Fashion Week, ocupando a primeira fila e acompanhando as mais recentes criações do mundo da moda, a Rainha Elizabeth II foi um ícone fashion. Seu estilo era sólido e tradicional, mas com um toque divertido e inesperado. A antiga estilista pessoal da rainha, Angela Kelly, contou ao Daily Express que ela ajudou na escolha dos tecidos para as roupas. Funciona assim: Kelly desenha uma roupa com quatro tipos diferentes de tecido e a soberana escolhe o que acha melhor.
Ainda, o artigo do jornal observou que chiffon, seda e organza foram os mais utilizados. Enquanto as dobras são evitadas colocando pequenos pesos dentro das bainhas, para que os vestidos e saias não subissem com o vento. As mangas eram quase sempre 3/4 para permitir uma boa movimentação em função da saudação característica dos membros da família real.
Como demonstrado na série fictícia The Crown, a rainha geralmente preferiu terninhos coloridos monocromáticos. Estas peças são uma forma de demonstrar seriedade, enquanto a escolha de tons tem a ver com permitir uma fácil localização de sua figura em eventos públicos. A cor favorita da monarca parecia ser o azul, visto que usou 30% a mais essa cor do que as outras, de acordo com a Vogue UK. Também era comum que ela usasse cores da bandeira do país que está visitando. Confira alguns de seus looks mais marcantes:
ACESSÓRIOS E CALÇADOS
Os acessórios eram específicos. Luvas, de preferência em algodão, são o must have da rainha, que sempre compra da Cornelia James Ltd., bolsas em modelo clássico da Launer, de couro preto ou royale e sapatos, em tom escuro, de preferência preto, deveriam ter salto baixo e serem amaciados por outra pessoa antes de Elizabeth II usar. Uma das suas marcas preferidas de calçados há 50 anos era Anello & David of Kensington. Porém, o que mais se destacou foram os lenços Hèrmes de vibe anos 1950, com os quais ela gostava de enfeitar a cabeça quando estava fora de serviço.
Já colares e brincos de pérolas eram seus favoritos, em conjunto com broches discretos. De forma inusitada, a rainha gostou de combinar os guarda-chuvas com looks. Sempre em modelos transparentes, com detalhes de mesma cor da roupa que estava usando. Os chapéus são uma tradição da nobreza britânica e a coleção da monarca passava de 500 peças!
CURIOSIDADE SOBRE RAINHA
Além disso, observamos um pouco da história do reinado e do estilo de Elizabeth II. Mas uma curiosidade encantadora sobre a rainha era seu amor por animais. Principalmente cavalos e cachorros da raça corgi. De acordo com o livro Not in front of the corgis (“Não na frente dos Corgis”), nenhuma pessoa pode dar bronca ou brigar com os cachorros da monarca. Os animais de estimação também ganham refeições gourmet, segundo o site Glamurama. Um dos passa-tempos favoritos da soberana era passear nos jardins do castelo com seus corgis. Porém, ela decidiu, nos últimos anos, não adquirir mais cachorros e ficar somente com os seus que ainda estavam vivos.