Imagens: Reprodução / Netflix
“Não é uma aula de história, é uma ficção inspirada na realidade”. Avisa a narradora no início do primeiro episódio de Rainha Charlotte – Uma história Bridgerton. A frase já alerta para a premissa do spin-off da franquia, que conta com uma temporada de seis episódios. Criada por Shonda Rhimes, a produção está disponível na Netflix e promete trazer muitas emoções, momentos de reflexão e figurinos incríveis.
O drama de época retrata o início do casamento da rainha Charlotte (India Amarteifio) com o rei George (Corey Mylchreest). Vinda de uma pequena província alemã, a monarca de 17 anos precisa se adaptar a uma nova realidade ao ter uma poderosa união matrimonial estrangeira arranjada pelo seu irmão. A trama se passa 50 anos antes da linha temporal de Bridgerton.
Dessa forma, Charlotte se torna a primeira consorte real não-branca na história da Inglaterra. Sua sogra, a princesa Augusta, cria o “grande experimento” para deixar a nora mais à vontade na corte. É uma política que consiste na diversificação da aristocracia. Homens ricos e vindos de colônias ganham posições de nobreza, algo inédito. No entanto, nem todos aceitam as novas medidas.
INSPIRADA EM BOATOS DA VIDA REAL
A protagonista é inspirada em Sophie Charlotte de Mecklemburgo-Strelitz, foco de debates relacionados a sua etnia até hoje. De acordo com matéria publicada na Veja, o historiador Mario de Valdes y Cocom, pesquisador da diáspora africana, relacionou a rainha com um ramo negro da Casa Real Portuguesa. Ela seria descendente de Madragana Bem Aloandro, uma mulher descrita como “moura” pelo cronista Duarte Nunes de Leão.
Assim como a sua personagem das telinhas, a Charlotte da vida real se casou em 1761 com o rei George III da Inglaterra e Irlanda, assumindo posto de rainha consorte. Ela viveu entre 1744 e 1818 e teve 15 filhos. Entre seus descendentes está a rainha Victoria, que reinou a Inglaterra entre 1819 e 1901.
FIGURINO
O figurino da série é onde o “high fashion encontra o estilo de época com um toque especial”, segundo depoimento da figurinista Laura Frecon para o site da Netflix. Ela e Lyn Paolo, parte da equipe responsável pelo setor, visitaram museus, fábricas de seda e joalherias na Espanha, Itália, Inglaterra e Estados Unidos para criar as mais variadas peças de roupa, joias e chapéus.
Os looks foram inspirados fortemente na realidade, como as silhuetas de vestidos georgianos e as réplicas de coroas. Outras referências mais modernas são as criações da Dior, principalmente o New Look, e as tendências românticas dos anos 1980.
Por fim, as joias usadas pela protagonista chamam a atenção e são parte especial do seu visual. Se destacam a réplica da pulseira de diamantes de Maria Antonieta e a tiara de casamento, feita à mão e inspirada em imagens históricas de membros da realeza e em uma peça vista em desfile de Elie Saab.