O quarto dia da Paris Fashion Week reuniu mais marcas atrativas que merecem nossa atenção. Continue lendo a matéria para saber mais sobre os desfiles de Rabanne e Schiaparelli.
Rabanne Fall-Winter 2024-2025 Collection
Julien Dossena, diretor criativo à frente da Rabanne, apostou na combinação de estampas e tecidos para trazer um ar mais desinibido ao inverno. Ele decidiu seguir o caminho oposto aos tons terrosos e neutros que vinham sendo apresentados (sem significar que não houve nenhuma peça marrom), bem como à sua estética gladiadora resplandecente do ano passado (um ícone da casa).
Para a nova temporada, ele optou por explorar uma gama de cores como amarelo, vermelho, azul, cinza, prata, preto, entre outras, para destacar a Maison. Não é à toa que ele nomeou a coleção de “Real on steroids”, que pode ser traduzido como “Realidade potencializada” ou “Realidade turbinada”, uma expressão usada para descrever algo que é intensificado ou ampliado em comparação com a realidade comum.
A ênfase da marca foram as camadas de sobreposição; a primeira modelo exibiu um look com blazer de alfaiataria sobre um cardigan com camisa e uma calça mais solta em xadrez, lembrando um pijama, e assim continuou, com casacos de faux fur inusitadamente contrastando sobre blazers corporativos, camisas e saias colegiais, com meia-calça bordada de aplicações brilhantes e também de spikes, um show eclético.
Silhuetas com ombros marcados, estampas que lembraram o movimento hippie e um animal print de cobra ecoaram o final da década de 60, repaginado para os tempos modernos. A lapela maximalista e o colarinho apareceram em diferentes tonalidades, será esse um alerta de tendência? Vamos ficar de olho. Fibras mescladas, lã gabardine, veludo cotelê laranja queimado, voile lilás, poá, couro acolchoado e pele são alguns dos materiais que foram acentuados com elementos característicos da marca, como acessórios metálicos e franjas, por exemplo.
Dossena nos mostra que o inverno possibilita variedades e que podemos criar possibilidades fugindo do senso comum, usando a criatividade com base em referências nostálgicas e modernas para um cotidiano remixado.
Schiaparelli Ready-to-Wear Fall Winter 2024-2025 Collection
Daniel Roseberry trouxe à alfaiataria uma variedade de elementos, incluindo corpetes, blazer em denim, ombros marcados, touca, acessórios dourados, estampa xadrez, mini-saias evasê em verniz e veludo, casacos alongados e mangas bufantes, mas sem exageros no tamanho, predominantes em tons como cinza, preto, nude e branco, fundidos com o simbolismo da marca.
Destacou-se também o couro tradicional e com padronagem original e exclusiva da grife, apresentando quadrados envernizados que garantiram uma superfície distinta. Os vestidos de noite, mais ajustados, também brincaram com a estrutura da silhueta e inovaram ao unir dois tecidos na mesma peça, chamando a atenção.
Capas, recortes, transparência, alfaiataria luxuosa, jaquetas puffer e bomber representaram um luxo acessível no sentido de roupas prontas para usar, mais utilizáveis, democráticas e práticas, pois como afirma Daniel: “Meu desejo é fazer as pessoas sonharem mesmo com peças do dia a dia, que no entanto devem ter algo especial”, e as botas de tornozelo em couro e botas de cano alto de verniz muito longas com certeza agregaram ao line-up.
Para este ano, o designer fugiu um pouco do esperado da Schiaparelli, que geralmente apresenta peças em 3D e acessórios maximalistas, mas deixou o surrealismo vivo ao colocar Vittoria Ceretti para encerrar o desfile com um vestido óptico, indicando uma ode à embaixadora Elsa Schiaparelli.
Fotos: Vogue