Nascida em 2020, ano marcado pela pandemia de coronavírus, a marca de moda Maria Manô chegou ao 1º ano de operação com motivos de sobra para comemorar. Idealizada pela estilista Maria Manoela Pinheiro Machado a partir de sua experiência com a Ton Age, a marca avança no segmento de moda feminina e já marca presença nas melhores multimarcas do Brasil.
Em entrevista para a VLK, a estilista e diretora criativa Maria Manoela conta os aprendizados e desafios enfrentados no primeiro ano da marca, entre eles a mudança de nome, de Por Maria Manoela para Maria Manô. “Foi um grande susto quando me informaram que já existia uma marca com nome semelhante à nossa e que precisaríamos mudar. No início fiquei triste e decepcionada, mas depois acabei até gostando da ideia, principalmente quando vi que a Por Maria Manoela se tratava de uma assinatura, algo muito pessoal e que dependia muito da minha pessoa. A partir dessa constatação, me dei conta de que o nome não estava alinhado estrategicamente com o meu sonho, que é o de ter uma marca grande, com diversas lojas espalhadas pelo Brasil. Então decidimos fazer um rebranding e mudamos toda a cara da marca, tornando-a mais curta, mais moderna, mais sexy, mais próxima do público para o qual ela foi criada. Hoje a Maria Manô é uma marca, não mais uma assinatura.”
UM ANO DE VIDA E MUITOS MOTIVOS PARA COMEMORAR
“Os primeiros 365 dias foram de um aprendizado absurdo, a gente testou muitas coisas, acertou muito e errou muito também. A curva de aprendizado com a Maria Manô foi exponencial”, explica a empresária. Segundo ela, operacionali-zar duas marcas diferentes e entender a pessoalidade, o mix de produtos e, ainda, desenvolver uma coleção para uma marca que só vende no atacado e para outra que vende tanto no atacado como no varejo, exigiu o dobro de trabalho e uma necessidade enorme de profissionalização para que a operação e os processos conseguissem ser executados.
“A Maria Manô nasceu e demandou muitas melhorias, tivemos que trabalhar com mais profissionalismo no mundo digital, trocamos o site, criamos dois perfis no Instagram e, a partir dela, nos tornamos um grupo de moda, o que fez com que a Ton Âge também melhorasse muito. Hoje somos duas marcas, e operacionalizar isso no Brasil, principalmente aqui no sul, longe dos grandes centros, não é uma tarefa fácil. Por isso, o meu objetivo inicial com a Maria Manô neste primeiro ano de vida foi sobreviver, mas posso dizer que fomos além disso, conseguimos manter a nossa empresa em operação, mesmo diante de todos os problemas causados pela pandemia. Então podemos nos considerar vitoriosas, porque além de ter sobrevivido ainda conseguimos manter o mesmo faturamento que tínhamos com a Ton Âge antes da pandemia, isso que a Ton Âge era uma marca de festa.
Durante esse primeiro ano, conquistamos diversos clientes, ganhamos mais de 15 mil seguidores no Instagram, vendemos bem para o atacado e por meio da loja on-line. Além disso, abrimos a loja em Atlântida, que é um sucesso, assim como a loja na Félix da Cunha, o que me possibilitou realizar um sonho, que foi entrar para o varejo, pois há 40 anos a Ton Âge só vendia no atacado, e eu sentia uma sensação incompleta na cadeia produtiva. A loja física trouxe um aprendizado incrível, através dela foi possível conhecer o consumidor final, saber quem é ele e por qual motivo compra produtos da marca”, explica.
MARIA MANÔ: PRESENTE EM MAIS DE CEM CIDADES BRASILEIRAS
Estou supersatisfeita e focada em tornar a Maria Manô o mais consistente possível, para que ela realmente seja uma marca de moda com personalidade única, e que as pessoas a vejam e a reconheçam assim”, acrescenta.
Sobre os próximos passos, Maria Manoela revela que quer expandir a marca para outras regiões do país e até mesmo internacionalmente. “Hoje a marca já está presente nas melhores multimarcas de cem cidades brasileiras, mas queremos que se torne assim em todo o Brasil e fora do país, sendo uma marca reconhecida pelo nosso estilo, pela nossa essência, pelo handmade, pela arte, pela forma como produzimos nossas peças. Temos uma personalidade muito nossa, do grupo Ton Âge mesmo, o que aprendi com a minha mãe. Por isso, acredito que com a Maria Manô talvez eu consiga perpetuar isso cada vez mais, por muitos e muitos anos, e que a gente consiga crescer muito como grupo de moda”, explica.
“Ainda que a marca seja reconhecida tal qual ela se propõe a ser, desejo que ela tenha cada vez mais personalidade e que a beleza e o diferencial da Maria Manô estejam em ser quem ela é. Que a gente consiga fazer as nossas coleções e que não tenhamos que renunciar a isso somente pela visão comercial. Este é o ideal para mim: conseguirmos ser desejadas pelo que nós somos”, finaliza.