Imagens: Reprodução / Getty Images e Gorunway
Em uma época em que a feminilidade apresentava padrões de roupas completamente diferentes dos de hoje, surgiu o look responsável por mudar boa parte da história da moda. Sim, o Le Smoking foi uma das criações mais icônicas do século XX. Por quê? Simplesmente o conjunto de Saint Laurent transformou para sempre o guarda-roupa feminino, quando as mulheres não costumavam usar calças.
NASCE UM CLÁSSICO
Em 1966, o terno feminino aparece pela primeira vez nas passarelas da grife. A peça, considerada a mais famosa do estilista homônimo, foi lançada na coleção de Outono/Inverno de Haute Couture da label. Pensada para ser igual aos trajes dos homens, mas adaptada para o corpo feminino, foi contra as normas da época.
Dessa forma, os clientes de alta-costura de Saint Laurent não compraram a ideia e ele vendeu apenas um terno feminino. As versões mais baratas, rive gauche, de Ready-to-Wear (outra revolução na moda), foram um verdadeiro sucesso, pois atingiram um público mais jovem e com menor poder aquisitivo. Assim, o tuxedo se tornou um verdadeiro clássico, incluído em diferentes versões nas coleções desenhadas pelo estilista até 2002.
Uma mulher vestindo um terno é tudo menos masculino
— Yves Saint Laurent
Mas para entender como a criação do fundador da marca foi impactante nesse nível é interessante lembrar de alguns detalhes. Nos anos 60, havia uma lei francesa proibindo as mulheres de usar calças, revogada apenas em 2013. Um exemplo disso é a situação envolvendo a modelo e musa de Saint Laurent, Danielle Luquet de Saint German, que pegou o Le Smoking emprestado logo após seu lançamento e foi impedida de entrar em um cassino na Normandia.
SUCESSO DOS ANOS 70
Com os movimentos hippies e pensamentos mais contemporâneos, o terninho feminino entrou de vez no guarda-roupa das mulheres. Uma das adeptas do conjunto de alfaiataria foi a fashionista Bianca Jagger, ex-esposa do vocalista dos Rollings Stones, Mick Jagger. Inclusive, a atriz se casou com o rockstar vestindo um blazer.
No entanto, uma das edições da Vogue Francesa de 1975 consagrou de vez o Le Smoking na cultura popular. As imagens retratam uma modelo vestindo terno listrado combinado com blusa pussybow e saltos.
Esse tipo se silhueta ainda é vista de formas repaginadas nas coleções mais atuais da Saint Laurent, que se combina com a essência da grife de estilo atemporal. Como diria Pierre Bergé, “se Gabrielle Chanel traz liberdade às mulheres, Yves Saint Laurent dá liberdade à mulheres, dá a elas poder”.