Hoje, dia 01 de março de 2024, marca o quinto dia da Semana de Moda de Paris, e admitimos que por aqui estávamos ansiosas para fazer uma revisão completa das marcas de luxo Loewe, Giambattista Valli e Victoria Beckham.
Desde cedo da manhã, estivemos acompanhando o line-up, que foi um dos que mais trouxe referências diversificadas. Descubra agora um pouco mais sobre o que foi desenvolvido pelas respectivas grifes.
Loewe Fall Winter 2024 women’s runway show
Jonathan Anderson deixou Paris motivada para ser surpreendida pelo desfile da Loewe. Isso porque a divulgação da inspiração para a coleção se apresentou de forma artística, com as pistas girando em torno de retratos de obras de arte feitas pelo fotógrafo David Sims.
A casa de luxo espanhola escolheu o Château de Vincennes, em Paris, para exibir suas criações de silhuetas redesenhadas, simbolizando o ‘know-how artesanal’, que pode ser traduzido como ‘conhecimento artesanal’ ou o ‘saber fazer artesanal’, e a originalidade da marca com uma atmosfera de primavera bucólica. Dentro do evento, pinturas do artista Albert York feitas nos anos 1963 e 1990 incrementaram o cenário, fazendo parecer uma galeria de arte.
O primeiro look a ser visto foi um vestido estampado com recortes nos quadris, em uma seda leve, que denotou uma peculiaridade: o meio-cinto (um cinto que dá a ilusão de ser feito pela metade), o qual não foi o único componente a se destacar. As cores apareceram em peso, dando notoriedade para um belíssimo azul royal e um verde menta que se alinhava às paredes da ambientação. Na gola de um casaco, ficou evidente o talento da execução do trabalho manual da casa.
Ternos com cauda foram combinados com peças esvoaçantes, criando um padrão diferenciado. O jeans ganhou formas balonê nas laterais, e o jogo de proporções apareceu em vestidos. A botânica inspirou as peças, e algumas vestimentas ganharam estampas de hortaliças, além das que pareciam pinturas com animais, como pato e cachorro, um lembrete apropriado das inclinações artísticas refinadas de Anderson para a marca e da energia campestre.
Giambattista Valli Fall Winter 2024-2025
Para o quinto dia da Paris Fashion Week, Giambattista Valli trouxe inspiração na fábula de Esopo, “A Lebre e a Tartaruga”, simbolizando a sabedoria do progresso constante. Essa filosofia se alinha com a abordagem da Maison à moda, enfatizando a jornada sobre o destino e o cuidado com conceitos extravagantes.
Para trazer um olhar visual mais sóbrio e apurado, Valli construiu um moodboard sobre Lee Radziwill, a já falecida executiva de relações públicas, designer de interiores americana e irmã mais nova da ex-primeira-dama Jacqueline Kennedy, que foi um ícone de estilo e também uma amiga próxima do estilista. O quadro de inspiração é uma celebração à amizade de ambos.
Guiado por essa narrativa, o diretor criativo deu vida à substância principal do desfile: um acessório, a bolsa de metal denominada “Esopo”, em formato de casco de tartaruga.
Longos casacos, mini vestidos de corte reto, mangas adornadas com pulseiras de pedras, detalhes em transparência, pedraria brilhante, pérolas, bordados e estampas florais, mangas com babados estruturados, corte evasê que deu a um vestido de veludo uma estética de boneca, laços, alfaiataria em tweed, paetês, manga ampla e esvoaçante, conjuntos de tailleur, cauda e drapeados honraram a figura de Lee e foram exibidos em uma seleção de cores preto, branco, tons de rosa, vermelho, amarelo e prata metalizado, em uma visão clássica, sofisticada, fluida e jovial.
Victoria Beckham Autumn Winter 2024
Sob a luz de velas no Hotel Salomon de Rothschild, o desfile começou a La Victoria. Uma alfaiataria desconstruída, com as costas à mostra, seguida de vestidos com contornos em 3D, que também apareceram em saias lápis com fendas moderadas, deixaram visualmente mais moderno e interessante o DNA corporativo central da designer.
Para exaltar ainda mais o tom sóbrio da marca, cores neutras como preto, bege, cinza e marrom, características singulares da grife, foram utilizadas. Golas altas com zíperes e maximalistas apareceram em um longo trench coat e na jaqueta de couro no estilo motociclista. As bolsas clutch lembraram carteiras, seguindo a mesma estética do ano anterior, para serem carregadas debaixo dos braços. Um lindo vestido de seda na cor champagne inovou com um delicado drapeado que formava o desenho de um laço.
O tricô no tom azul marinho acompanhou a calça de couro wide leg, enquanto um vestido em tom branco puro, levíssimo, suavizou a estética mais dura e empoderada do desfile. Calças de seda com blazers oversized e cardigan trouxeram a tendência de sobreposições que pode ser vista já na Rabanne. Colares de colarinho inovaram no design, que por sinal poderiam virar uma tendência (já queremos).
À medida que o show ia progredindo, tons pastel se revelaram e recortes discretos apareceram, e sweaters também ganharam versões com essa particularidade. O vermelho, o denim e a transparência não faltaram, alguns novos elementos como correntes foram apresentados pendurados nas roupas e também em estampas.
A Maison Beckham continuou seguindo à risca seu legado tão característico de roupas usáveis e sofisticadas para o dia a dia, mas nesta temporada algo se sobressaiu: a delicadeza de forma reservada, equilibrada, mas mostrando que a marca sabe sair dos padrões esperados.