Cento e quarenta anos. Esta seria a idade que a fundadora de uma das marcas mais prestigiadas do mundo estaria completando neste 19 de agosto de 2023. É fato: suas criações transcendem o tempo e seus clássicos estão eternizados até os dias de hoje. Não é à toa que ao pensarmos em Gabrielle Chanel, logo vem à nossa memória: tweeds, camélias, pérolas e listras. A lendária estilista e mulher de negócios, sinônimo de estilo e elegância, eternizava em frases a sua perspectiva visionária para o mundo da moda:
THE RISE OF AN ICON
Gabrielle Bonheur Chanel nasceu na França, na cidade de Saumur, pequeno município próximo a Nantes. A infância de Gabrielle foi humilde e, após perder a mãe, precisou se mudar para um internato. Foi nessa época que sua experiência com a costura começou. Em seguida, foi morar com sua tia, uma mulher jovial dotada de grande força de vontade. Foi nesta busca por uma situação melhor de vida que começaram a trabalhar como costureiras em uma Maison chamada Grampayre. Eventualmente, Gabrielle também cantava e se apresentava em um café da cidade de Moulins, onde recebeu seu apelido “Coco” e conheceu seu primeiro namorado. Herdeiro de uma fábrica de tecidos, acabou introduzindo-a à alta sociedade francesa. O relacionamento não foi muito duradouro e ela iniciou uma história de longa data com Arthur Edward “Boy” Capel, um milionário inglês que desde o primeiro momento investiu no talento de Coco. Capel ajudou Gabrielle a abrir sua primeira loja, varejo especializado em chapéus, a Chanel Modes, localizada no número 21 da Rue Cambon, em Paris. Seus chapéus rapidamente se tornaram artigos de desejo entre atrizes. O sucesso possibilitou abrir uma segunda loja em Deauville. Dessa vez, a aposta foi em uma coleção inspirada nos marinheiros, com roupas casuais e esportivas, dando origem a blusa mariniére, caracterizada por suas listras horizontais e que, até hoje, são um ícone da grife. Em 1915, na cidade de Biarritz, é aberta a terceira loja. Coco começou a vender também vestidos de jérsei e, a partir daí, surgiu a inspiração para criar peças femininas influenciadas pelo guarda-roupa masculino.
ALTA-COSTURA
Os empreendimentos de Coco Chanel deram tão certo, que em 1918, ela comprou outro espaço na mesma Rue Cambon. O novo local contava com um estúdio para criação e produção no terceiro andar, um apartamento no segundo piso e uma loja de alta-costura no térreo.
No decorrer de 1920, ela ainda investiu em mais quatro prédios, um ao lado do outro. Quem caminhasse pela Rue Cambon naquele ano, estava ciente de que os endereços do número 23 ao 31 eram propriedades da Chanel. Essa época também foi impactada pelo início do relacionamento de Gabrielle com diversas figuras importantes. Os laços a aproximaram da realeza e também permitiram que ela conhecesse compositores e pianistas e produzisse figurinos para companhias de dança. Quem conviveu com Coco Chanel descreve seu temperamento decidido e livre. Por opção, decidiu não ter filhos e nunca se casou. Usou todo seu tempo e foco a favor do trabalho, libertou as mulheres do abuso dos espartilhos, ao desenhar roupas que não marcavam a cintura. Aderiu ao cabelo curto, popularizou o uso de calças para o sexo feminino e deixou as vestimentas mais práticas e confortáveis. Em 1935, ela ampliou sua linha, lançando e vendendo artigos, que viriam a se tornar suas criações mais famosas, como o vestido preto, o perfume Chanel n°5, joias, produtos de beleza e os tailleurs de tweed. Logo após, a Segunda Guerra Mundial atingiu a França e Coco fez uma pausa na carreira, que durou até 1954.
O COMEBACK DA CHANEL
Com 71 anos, ela optou por incrementar os looks tradicionais. O tailleur foi revisitado e ganhou blazer sem gola, botões dourados, corrente costurada por dentro da barra, saia reta e caimento perfeito.
As bolsas, sapatos e jóias, acessórios da marca como conhecemos hoje, foram lançados na retomada da Chanel. Esse retorno conquistou celebridades como Elizabeth Taylor, Marilyn Monroe, Jackie Kennedy, Romy Schneider, Jane Fonda, entre outras.
1971
Janeiro de 1971 marcou a morte de Coco Chanel, aos 87 anos. Neste ano ela trabalhava em uma coleção de primavera que quando revelada, teve grande repercussão. Após sua morte as coleções da marca foram desenhadas por assistentes até 1983. Em seguida, Karl Lagerfeld assumiu a direção da Chanel e assumiu o legado, onde permaneceu até a sua morte em 2019.
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versão longa do que a supermodel usou no desfile de primavera da Chanel em 1994