Quando a Semana de Alta Costura se aproxima, o público rapidamente marca no calendário a data de um dos desfiles mais esperados do evento Dior. Para o desfile de Outono 2024, a maison construiu um espaço personalizado , como de costume, nos jardins do Museu Rodin, em Paris, com decorações cenográficas inspiradas nas obras da falecida pintora, escultora, escritora e artista performática Faith Ringgold.
A Dior de Maria Grazia Chiuri Valoriza o Bem-Estar dos Corpos
Não é à toa que Maria Grazia Chiuri tenha lançado seu olhar para a Grécia Antiga, com as Olimpíadas batendo à porta. Entrando no clima dos jogos, a Alta-Costura de Outono da Dior é um tributo aos atletas que, desde a antiguidade até a modernidade, superam obstáculos.
A diretora criativa reformulou o vestuário esportivo para o luxo, prezando pela liberação corporal. Como afirmou para a Vogue: “Eu não quero moldar o corpo, quero liberá-lo”, alinhando-se à ideia de adequar as vestimentas aos movimentos exigidos pelo esporte. Ela ainda destaca: “A alta-costura me dá a oportunidade de mover essas referências, nosso patrimônio, para um novo território. Bem-estar, conforto e beleza são três elementos muito importantes em nosso trabalho”.
A Dior Revitaliza Elementos Clássicos da Grécia Antiga
A toga branca, símbolo histórico e cultural, foi reinterpretada para se encaixar na atemporalidade característica da Dior. Drapeados bem trabalhados, cintos, sandálias gladiadoras e o inconfundível decote ombro a ombro foram complementados por tops brilhantes.
Uniformes de ginastas apareceram no repertório na forma de bodysuits, e pregas foram adicionadas para conferir ainda mais mobilidade e leveza às peças, que definiram o tom temático da coleção.
A Dior Insere Vestidos de Gala e Trajes Formais na Coleção Tipicamente Esportiva
Após uma paleta composta principalmente pelas cores branco e preto, entraram na passarela produções em alfaiataria que pareciam compor um universo diferente do esporte, mas que de alguma forma foi resgatado, mesmo que de maneira mais discreta. Um blazer combinava com uma calça que por cima recebia uma saia drapeada, enquanto outro retomava a fluidez presente no line-up, com um clima festivo.
Os vestidos para grandes eventos trouxeram o refinamento da casa através do dourado e tecidos metalizados, numa estética antiga e atlética. Nesta temporada, a Dior apresenta o jersey na alta-costura, dando-lhe uma nova vida na moda. As roupas têm um toque de sedução e brincam com ocultar e expor as silhuetas, celebrando a feminilidade.
O Feminismo da Dior
O feminismo da Dior está refletido não apenas nas obras de Faith Ringgold do início dos anos 70, que convidam à reflexão sobre a identidade afro-americana e a desigualdade de gênero, mas também busca uma nova perspectiva no espaço reservado para as mulheres no atletismo, onde ainda lutam para serem levadas a sério.
Fotos: Vogue