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A pandemia mundial, declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em relação ao novo coronavírus, fez com que o mundo inteiro mudasse a forma de agir. Um dos setores que sentiu o impacto já inicialmente foi o da moda. O Brasil já possui mais de 621 infectados, segundo o Ministério da Saúde. Para você entender melhor o que está acontecendo, preparamos uma linha do tempo informativa:
FINAL DE 2019: SURGIMENTO DE UMA NOVA DOENÇA
Chamada de SARS-CODVI-19, a nova doença respiratória do grupo de coronavírus surgiu na China, no final ano passado, na cidade de Wuhan. O governo do país anunciou publicamente a detecção das infecções em 31 de dezembro. Enquanto no dia 7 de janeiro o DNA do vírus foi sequenciado. Rapidamente ele se espalhou pela província de Hubei, causando a paralisação do transporte público e a quarentena de milhares de pessoas.
MILAN FASHION WEEK
Os primeiros sinais de crise na moda foram durante a Milan Fashion Week, na Itália, quando a epidemia começou a espalhar-se pela Europa. Modelos divulgavam fotos em que usavam máscaras nos aviões, grandes grifes cancelaram desfiles ou realizaram os shows com as portas fechadas para evitar aglomerações, como a Giorgio Armani que optou por divulgar a coleção Ready-to-Wear através de uma live. Primeiros casos da doença em território italiano são detectados por volta do mesmo período.
PARIS FASHION WEEK
Muitas grifes cancelaram as participações e o motivo foi a disseminação do vírus Sars-Covid19 pela Europa. As que mantiveram os shows, não tiveram a participação de chineses na plateia, mesmo que eles representem 40% do faturamento das marcas de luxo. Máscaras de proteção com toques fashion foram lançadas. Os valores dos produtos do gênero já existentes triplicaram, de acordo com a jornalista de moda Lilian Pacce. Aliás, a criação da Off-White, de Virgil Abloh, é uma delas.
DESFILES CANCELADOS
Os desfiles independentes, como os conhecidos cruises das grifes, como Versace, foram cancelados para evitar infecções pelo coronavírus.
PRIMEIRO INFECTADO NO BRASIL
No Brasil, o paciente zero é um homem de 61 anos que voltou do norte da Itália recentemente. Logo, outros casos de viajantes que retornam da Europa são detectados no nosso país.
CORONAVÍRUS SE ESPALHA PELO CONTINENTE EUROPEU
A OMS declarou a Europa, e não mais a China, como epicentro da doença. O país asiático conseguiu diminuir o pico de contaminações, chegando a 10 novos doentes por dia. Entretanto, o número de infectados nos países europeus cresce de forma alarmante. Na Itália, a OMS afirma que o número de doentes passa de 15 mil. Além disso, o recorde de mortes atinge o número de 368 pessoas, ou seja, elevando a quantidade de vítimas fatais para 1.809, de acordo com a Defesa Civil do país. A quarentena da população como medida emergencial para evitar mais contágio já foi anunciada pelo governo e os italianos só podem sair de casa para ir em farmácias e supermercados. Faltam leitos hospitalares.
MARCAS DE LUXO FAZEM GRANDES DOAÇÕES
De acordo com o site Glamurama, as grifes fizeram grandes doações em valores para hospitais e instituições de pesquisa na Itália. O mercado da moda não decepcionou, confira:
- Giorgio Armani: € 1,25 milhão (R$ 6,67 milhões) para vários hospitais italianos, entre eles, Hospital Luigi Sacco, San Raffaele Hospital, o Instituto dei Tumori e o Instituto Lazzaro Spallanzani;
- Versace: US$ 143 mil (R$ 677 mil) para a Fundação da Cruz Vermelha Chinesa;
- LVMH: US$ 2,3 milhões (R$10,9 milhões) para a Fundação da Cruz Vermelha Chinesa;
- o Grupo Kering: possui maisons como Gucci, Balenciaga e Yves Saint Laurent, doação à Fundação da Cruz Vermelha de Hubei no valor de US$ 1,08 milhão (R$ 5,1 milhões).
Por fim, marcas como Bvlgari, que doou dinheiro para o Instituto Lazzaro Spallanzani, em Roma e a Dolce & Gabbana, que decidiu apoiar pesquisas para deter o vírus repassando valores para Humanitas University e para o Hospital San Raffaele, também colaboraram.
MODA BRASILEIRA COMEÇA A SOFRER IMPACTOS COM A DOENÇA
O tradicional São Paulo Fashion Week (SPFW) que aconteceria em abril deste ano é cancelado para evitar contágio do coronavírus, visto que a capital paulista é o principal enfoque de infecções no país.
ALEXANDRE HERCHCOVITCH REALIZA DESFILE FECHADO
À La Garçonne, marca do estilista brasileiro Alexandre Herchcovitch, opta por fazer desfile da nova coleção sem a presença de plateia no Brasil. Fotos e vídeos foram disponibilizados para o público e a imprensa.
GRUPO FRANCÊS LVHM: FRABICAÇÃO DE ÁLCOOL GEL
No último domingo, 15 de março, o conglomerado de marcas de luxo que engloba Dior, Givenchy e Guerlain por exemplo, anunciou que irá parar a fabricação de cosméticos perfumes e abrir suas fábricas para a criação de álcool gel que distribuirá gratuitamente em Paris, especialmente nos hospitais públicos. A medida do grupo francês LVHM é realizada pela escassez do produto em escala mundial e visa desacelerar o contágio pela doença, que chega a mais de 5 mil infectados na França.
“A LVMH utilizará as linhas de produção de suas marcas de perfumes e cosméticos (…) para produzir grandes quantidades de desinfetantes em gel a partir de segunda-feira (…) esses produtos serão entregues gratuitamente às autoridades de saúde”
— Comunicado oficial da empresa LVHM
MET GALA É CANCELADO
Uma das principais festas da moda e do show business, que acontece na cidade de Nova York, o evento fashion previsto para 4 de maio foi adiado por tempo indeterminado. Além disso, o tema da seria “About Time: Fashion and Duration”, seguindo a linha da tendência mais sustentável. O motivo é a pandemia do coronavírus que já afeta os Estados Unidos de forma preocupante. Por isso, o governo americano ordenou o cancelamento de grandes acontecimentos até 15 de maio. Na última quinta-feira, 12 de março, o Metropolitan Museum of Art Costume Institute Benefit, local em que o MET GALA ocorre anualmente, fechou as portas após dois funcionários mostrarem sintomas da doença respiratória.