CONVIVER SEM CONFLITOS
A verticalização das cidades exige que os habitantes convivam com pessoas de diferentes níveis culturais e financeiros, de idades variadas e, consequentemente, diversas necessidades. Pessoas com objetivos e gostos diferentes tendem a ter conflitos e há de se ter muita habilidade para evitá-los ou quando não for possível, resolvê-los. As razões pelas quais os conflitos acontecem são as mais diversas, mas coincidentemente, conforme Cíntia Monguilhott dos Santos, diretora de Condomínios da Credito Real, as principais iniciam com a letra “C”, cachorro, criança, calote, cano, carro, cigarro e comércio.
CACHORRO
O melhor amigo do homem gera conflitos, principalmente em função das fezes não recolhidas e dos latidos. O que faz com que os moradores que não têm cachorros reclamem e peçam a proibição. Porém, não tem como proibir, então é preciso que sejam definidas claramente as regras e respeitadas, já que todos os moradores de condomínios necessitam garantir o sossego, a salubridade e a segurança dos demais.
CARRO
As vagas de estacionamento e a velocidade em que os carros transitam dentro do espaço condominial geram desavenças nos condomínios.
A convenção, nessa situação, é fundamental para evitar conflitos, pois as regras de estacionamento em espaço comum (por exemplo, com relação ao tempo de permanência em vaga de visitantes) e também a velocidade máxima permitida no trânsito em área.
CALOTE
A crise financeira brasileira agravou a situação de inadimplência nos últimos anos, os condôminos ficam muito incomodados quando precisam manter as despesas de um morador que não contribui com o pagamento mensal da cota condominial. Essa situação gera hostilidade entre os adimplentes e os inadimplentes do condomínio. A inadimplência é um assunto que precisa de atenção e a recomendação é que a administração do condomínio tenha uma cobrança ativa, um controle diário, dessa forma, evitará que a dívida se acumule. Mas é importante que o síndico esteja atento para não cometer excessos, a fim de que nenhum condômino inadimplente seja exposto ou tenha seus direitos cerceados dentro do ambiente do prédio.
CRIANÇA
Criança brinca, corre, ri, fala, chora… Tudo isso pode ser feito, desde que sejam respeitadas as regras e os demais moradores. As queixas mais rotineiras com relação às crianças referem-se ao barulho e à falta de cuidado dos pais que deixam crianças pequenas brincarem sozinhas nas áreas comuns, sendo expostas a riscos, como por exemplo, na área de piscina. Eleger um síndico mirim é uma boa solução, pois envolvendo as crianças na situação, consegue-se um bom resultado e ainda se contribui para o desenvolvimento dos baixinhos no que concerne às regras de convívio em comunidade.
CIGARRO
O advento da lei antifumo trouxe dúvidas aos condomínios e consequentemente conflitos entre os moradores, já que algumas pessoas desejavam proibir que os condôminos fumassem em espaços abertos da área comum e, inclusive, dentro de suas unidades privativas. Com relação às queixas em relação a quem fuma em sua unidade privativa, infelizmente o não fumante terá que conviver, pois não tem como proibir. Mas o diálogo é sempre válido e uma boa conversa pode trazer uma combinação sobre o local na unidade privativa, que o vizinho será menos afetado.
CANO
Os vazamentos entre unidades ou da área condominial para alguma unidade privativa traz muita dor de cabeça para as administrações de condomínio, pois ninguém gosta de ter sua residência e, algumas vezes móveis, estragados pela água. A primeira coisa que o síndico deve fazer é contratar um engenheiro para identificar qual a origem do vazamento e a partir daí, consegue-se ter a certeza de quem é a responsabilidade pelo conserto. Os vazamentos entre unidades devem ser resolvidos entre os condôminos das unidades afetadas. O síndico pode tentar mediar a situação, mas alguns moradores confundem o papel do síndico e transferem o problema para ele resolver e isso é totalmente inadequado
COMÉRCIO
Os condomínios estritamente residenciais não podem ter condôminos comercializando produtos ou serviços dentro de suas unidades e não é possível, por exemplo, colocar um anúncio usando o endereço do condomínio.
FICA A DICA:
O “lar, doce lar” estará abalado se as pessoas não respeitarem o direito de seu vizinho e se não cederem nas relações condominiais.
Ser coerente e obedecer às normas estabelecidas é a melhor maneira de evitar conflitos.