Nos dias 23 e 24 de Outubro, ocorreram os últimos dias de Milão Fashion Week. Salvatore Ferragamo, Dolce & Gabbana, Jil Sander, Missoni, The Attico, Bottega Veneta e Giorgio Armani estiveram na nossa mira.
Trazemos agora, para você, tudo que foi destaque nos desfiles do quarto e quinto dia desta semana de moda.
SALVATORE FERRAGAMO
Suavidade perante vestimentas ecléticas marcaram a coleção apresentada com primor pela Ferragamo. Maximilian Davis, trabalhou a versatilidade, apresentada em cores, fluidez e elegância.
Vestidos jersey de viscose foram sobrepostos a corpetes de couro estruturados, para desenhar o corpo, remetendo a armaduras renascentistas, que inclusive, foi o tema explorado pela marca em sua campanha.
A alfaiataria mais ajustada e os sobretudos amplos contrastaram com a naturalidade dos tecidos mais leves, mostrando o rigor e seriedade da marca quando se fala em caimento e modelagem.
O artesanato, muito presente nas últimas Fashion Weeks, integrou a coleção, a qual se firmou no movimento Arte Povera, da Itália, que acredita em edificar materiais simples para tornar a rotina diária mais sofisticada.
Uma grande variedade de bolsas e sapatos, muito características da grife, deram o toque final aos looks.
DOLCE & GABBANA
O encontro de épocas passadas com o contemporâneo. Domenico Dolce e Stefano Gabbana, revisitaram os arquivos da Dolce e promoveram um desfile cheio de nostalgia.
A dupla produziu designs inspirados nas personalidades que dominaram os anos noventa. O que não é de se admirar, pois a marca vêm apostando ainda mais em celebridades que estão se interessando pelos tesouros históricos da marca (podemos citar recentemente a parceria com o clã Kardashian). Em vista disso, houve um aumento na demanda por suas peças vintage.
Não é a toa que o grande investimento do desfile foi pautado no charme e sensualidade. Transparências, vestidos de cetim, espartilhos, cinta-liga e tule, fizeram parte da extravagante tendência pós-pandemia, fazendo um revival da lingerie, o qual os designers são precursores.
Com elementos como: colarinho Peter Pan em vestidos tubinho de comprimento mini, além de lenços e tecidos com um brilho característico, sentimos um comeback dos anos 60 que conversa, excepcionalmente, com os tempos modernos.
Em meio a tanta pele a mostra, não pense que a alfaiataria foi esquecida. Essa essência atemporal ficou evidente nos smokings com cortes precisos, adornados com lapelas de cetim preto.
Mas não foram vistos apenas clássicos na passarela. A coleção também brincou com a inovação e acrescentou a estas peças a ousadia dos mini shorts. Veja mais na galeria:
JIL SANDER
Jil Sander, a estilista conhecida por sua estética minimalista, inovou ao lançar na runway formas e estilos que exploram shapes diversificados.
Lucie e Luke Meier, as mentes criativas por trás da marca, partiram do tradicional terno de duas peças para criar o novo conceito. Ao invés da alfaiataria convencional, foram apresentadas jaquetas com formas quadradas, combinadas com camisas de gola, cardigãs e bermuda. O comprimento alongado, que quase chegava aos joelhos, também contribuiu para a desconstrução da silhueta.
Uma bandeira branca, no que diz respeito a liberdade de experimentação no mundo fashion. Peças clássicas como coletes, ganharam uma nova perspectiva, enfeitadas com discos de metal e o destaque foram as estampas de gato e cachorro, ampliadas em formato oversized nos vestidos de túnica.
O tricot trouxe tecnologia para o vestuário corporativo contemporâneo, agregando conforto e distinção. Os vestidos de algodão também refletiram a intenção de versatilidade e bem-estar, apesar dos volumes generosos. Confira mais da declaração ousada da marca:
MISSONI
A coleção da Missoni Primavera/Verão 2024 incorpora o desejo de vivenciar a realidade, valorizando o momento. A atmosfera criada, gira em torno de uma identidade de sentido entre o vestuário e o instante, entre a coleção e a realidade.
Como um caleidoscópio, que mostra infinitas cores em evolução, as criações idealizadas se unem e propõem novos critérios de estilo, com explorações e interações sem precedentes. O foco é nos materiais, cores e formas, como tudo interage entre si, gerando uma estética coerente, símbolo de um espírito diversificado.
O dualismo entre elementos é representado por volumes e linhas estreitas, bem como transparências sobrepostas a estampas, babados e franjas. Os tecidos sofisticados mantêm o DNA da marca, que abraça o estilo singular de blazers, calças e bermudas, celebrando a nova estação. O line-up se apresenta em tons frescos de verão misturados com brancos e neutros.
THE ATTICO
Os designers queriam que a coleção acontecesse na rua, como um cenário cinematográfico onde as pessoas são estrelas. Cada look foi estilizado individualmente, fugindo de regras rígidas de coerência.
A progressão do show, assemelhava-se a um fluxo livre de personagens andando em um ritmo acelerado como se estivessem com pressa, o que se traduziu nos vestidos “um pouco desfeitos”. O objetivo da marca, era capturar a essência da vida real, de um momento, onde as possibilidades são ilimitadas.
Casacos de dimensões amplas fizeram sobreposição aos vestidos de noite, juntamente de criações mais glamurosas, adornadas de franjas, brilhos e plumas.
BOTTEGA VENETA
Matthieu Blazy marcou a Fashion Week com criatividade, narrativa, artesanato meticuloso e teatralidade, inspirado em uma frase de um de seus livros queridos, “On the Road”, “Você está indo para algum lugar? Ou você está apenas indo?”.
A partir disso, a coleção traz a vontade de viajar pós-pandemia e como a cultura, arte e o artesanato pertencem ao mundo. Também procurou celebrar em seu line-up as maravilhas da natureza por meio de franjas e texturas.
A Bottega investiu em novas técnicas fazendo com que artesãos empregassem tiras de couro tingidas e tratadas, para replicar autenticamente a aparência e a textura das folhas de bananeira, um material usado em toda a Ásia, América do Sul e Sudeste Asiático.
Além disso, na maioria das vestimentas foi possível ver adornos de franjas em forma de penas, que enfeitavam saias e vestidos, evocando imagens de pássaros exóticos.
GIORGIO ARMANI
Intitulada “Vibes”, a coleção relembrou a estética do final dos ano 20 e se desdobrou em várias fases, começando com foco em tecidos metálicos de bronze, passando para um azul acinzentado de seda que deu vida a outros looks em diferentes tons de azul.
Armani apresentou jaquetas sem gola, saias longas de tulipa e miçangas inspiradas em art déco, tudo contribuindo para uma sensação de movimento fluido e elegância sutil.
O desfile ainda incorporou looks verdes marinhos, quase pretos, com tecidos ondulados que refletiram os holofotes, além de saias em camadas, roupas embelezadas com cristais da Emporio e muitos ternos em alfaiataria. A fase final introduziu o rosa pálido escuro com detalhes de cor.
Fotos: Kendam.com
Fonte: Vogue