Aos 85 anos, a venezuelana Carolina Herrera construiu quatro décadas bem-sucedidas de personalidade, estilo e carreira. Nascida em Caracas, desde muito pequena cultivava uma paixão pela moda e perfumes, fazendo misturas de fragrâncias em sua casa.
Ao contrário do que muitos pensam, ela não se tornou estilista imediatamente; primeiramente, em 1965, trabalhou como publicitária para Emilio Pucci. Foi nos anos 70 que teve seu primeiro contato com a grandeza dos Estados Unidos, desembarcando na badalada Nova York ao lado de seu segundo marido e, até então, suas duas filhas.
Ao se tornar referência de estilo na cidade, seu nome se espalhou e fez amizade com Andy Warhol e Robert Mapplethorpe, frequentando o famoso Studio 54, uma discoteca localizada em Manhattan. Rapidamente, chamou a atenção de Diana Vreeland, editora-chefe da Vogue americana, que a motivou a lançar sua marca homônima em 1981. A primeira coleção foi apresentada no restrito Metropolitan Club de Nova York, tornando-se um enorme sucesso.
Carolina acreditava na sua visão e sabia exatamente o que queria mostrar para o mundo. Por meio de uma estratégia bem alinhada, conquistou sua primeira cliente, Jackie Onassis (mais conhecida pelo público como Jacqueline Kennedy), a quem cativou com sua visão única de refinamento, alegre e bem-humorada, tornando-se um dos maiores nomes da moda americana. Em 1986, desenhou o vestido de casamento de Caroline Kennedy, filha de Jackie e do presidente Kennedy. No ano seguinte ao evento, lançou sua primeira coleção de noivas.
Com o rápido crescimento e prosperidade do seu negócio, ela decidiu realizar algo que sempre quis: expandir para a perfumaria. Assim, em 1988, estreou a fragrância ‘Carolina Herrera’, de sofisticação atemporal, que reflete a sensibilidade da alta-costura e a graciosidade natural da Sra. Herrera, representando seu estilo pessoal com notas de suas primeiras memórias: jasmim, nardo floral e sândalo, produzido para ser utilizado tanto de dia quanto à noite. O frasco art déco lembra uma gota de ouro, com uma joia coroando o refinado aroma em seu interior. Em 1991, introduziu no mercado o primeiro perfume masculino intitulado ‘Carolina Herrera for Men’, um eau de toilette fresco com caráter insinuativo de charme e elegância.
Ao longo de sua carreira, ela alcançou reconhecimento global pelo seu estilo que nunca sai de moda, além de ter transformado a camisa branca em um ícone e reinventado seu uso, tornando-a uma peça indispensável no guarda-roupa feminino, assim como os casacos de lã estruturados.
Seus ganhos mais relevantes incluem o Prêmio Excelência de Nova York do The International Centre, a Medalha de Ouro de Mérito nas Belas Artes da Espanha concedida pelo Rei Don Juan Carlos I, além da Medalha de Ouro do Instituto Espanhol Rainha Sofia em 1997, o Prêmio Lifetime Achievement do CFDA em 2008 e o título de Designer de Moda Feminina do Ano em 2004.
Em uma entrevista para a Vogue americana em 1987, ela afirmou: ‘Prefiro roupas simples, com bom caimento, mas com uma grande extravagância’. Em suas palavras, ela diz: ‘Tenho um dever perante a mulher de hoje: ajudá-la a sentir-se confiante, moderna e, sobretudo, bela.’ Com essa mentalidade, após 72 coleções, em fevereiro de 2018, despediu-se das passarelas com a coleção de outono-inverno, passando o bastão para Wes Gordon e nomeando-o o novo diretor criativo da grife (ela deixou o cargo para se dedicar como embaixadora global de estilo). Desde então, ele fez leves mudanças na marca com autorização e partiu para um viés de frescor confortável, fácil, mas distintivo, mantendo o mesmo senso de estética e delicadeza de Carolina.
OS DESFILES MAIS BELOS
Carolina Herrera Primavera 2010 Ready-To-Wear
Carolina Herrera Outono 2014 Ready-To-Wear
Carolina Herrera Primavera 2017 Ready-To-Wear
Carolina Herrera Outono 2020 Ready-To-Wear
Carolina Herrera Primavera 2022 Ready-To-Wear
Carolina Herrera Outono 2023 Ready-To-Wear
Carolina Herrera Resort 2024
Fotos: Reprodução/carolinaherrera.com, Pinterest e Vogue