A situação das mulheres no Afeganistão preocupa o mundo todo. Nesta terça-feira, poucos dias após o grupo fundamentalista islâmico Talibã retomar o poder, em 15 de agosto, depois de 20 anos, as afegãs temem perder os direitos sociais e econômicos conquistados. Durante a última década, elas ocuparam espaços em escolas, universidades, nas empresas e até mesmo na política. Mas, o que mudou até agora no país?
TELEVISÃO
Primeiramente, programas religiosos a favor do grupo extremista compõem a maior parte da grade de programação das emissoras, desde que o Talibã retomou o poder. Aliás, os canais continuam com as transmissões. No entanto, não há mais mulheres apresentadoras.
VESTIDOS E MAQUIAGEM
No momento, as mulheres não precisam vestir a burca. vestimenta cobre completamente o corpo, com exceção de uma treliça estreita na altura dos olhos. Mas o hijab, véu islâmico que cobre o cabelo, ainda é obrigatório. Além disso, na capital Cabul, imagens com mulheres maquiadas e sem véu foram retiradas ou cobertas nas vitrines.
EDUCAÇÃO
Milhares de meninas e mulheres se despediram dos seus professores com a aproximação do Talibã. Entre 1996 e 2001, quando o grupo estava no poder, a educação foi limitada e as represálias foram consideradas brutais.
Participantes do grupo extremista, em afirmação para a BBC, ressaltaram que estão determinados a impor novamente a sua versão da sharia, a lei islâmica. Esta inclui apedrejamento por adultério, amputação de membros por roubo e proibição de meninas com mais de 12 anos ir à escola.
Escolas construídas nos últimos 20 anos estão sendo destruídas pelo Talibã. De acordo com o Najiba Arian, porta-voz do Ministério da Educação, há 9,7 milhões de estudantes no país, cerca de 42% são do sexo feminino. Ainda, mais de 3,4 milhões de crianças não vão à escola, 60% das quais são meninas.
FUTURO INCERTO
Hoje, o Talibã anunciou uma anistia geral no Afeganistão. Ou seja, pediu às mulheres que se juntem ao seu governo. O grupo disse que todos “devem retornar sua vida cotidiana com total confiança”. Entretanto, a sensação geral, de acordo com o G1, é de ceticismo. Durante os cinco anos em que esteve no poder, o Talibã proibiu as mulheres de trabalhar e estudar.
MAIS LIBERDADE NO PASSADO
Por fim, minissaias, braços expostos e educação assegurada. A realidade das mulheres no Afeganistão, entre as décadas de 1960 e 1970, parece bem diferente do que vemos atualmente. Assim, o período não estava marcado por disputas de poder da Guerra Fria e o país passava por uma onda progressista.
Fontes: G1, BBC Brasil e Folha de São Paulo
Imagens: Getty Images, Reprodução/Twitter, Reuters e Bill Podlich