Desta vez, o tapete azul do Metropolitan Museum foi o cenário de uma noite marcada pela precisão dos cortes, pela potência simbólica dos tecidos e pela força da moda como expressão cultural. Com o tema “Superfine: Tailoring Black Style” e o dress code “Tailored for You”, o Met Gala 2025 trouxe a alfaiataria para o centro da narrativa estética, explorando seus códigos clássicos com novas leituras sobre forma, função e identidade.

O foco da edição esteve nos elementos estruturais: ombros marcados, lapelas largas, tecidos como veludo, lã e cetim, além de acessórios como chapéus, bengalas e broches, resgataram a tradição da roupa feita sob medida — mas com proporções reinventadas, volumes ampliados e acabamentos que romperam com a rigidez do passado. Em vez de apenas reverenciar o terno, os convidados o transformaram em performance visual, manifesto estilístico e homenagem à herança da alfaiataria negra.

Referências ao dandismo africano, ao Harlem Renaissance e aos mestres da costura como os alfaiates negros americanos apareceram em detalhes e construções. Ícones como Josephine Baker e André Leon Talley foram evocados com sofisticação e intencionalidade, sem excessos. O verdadeiro destaque, no entanto, foi a forma como esses elementos se fundiram com a linguagem da alta-costura em leituras que alternavam entre teatralidade, transformação e crítica sutil. Silhuetas clássicas ganharam novos contornos, flertando com o figurino europeu, com o futurismo e com a capacidade da moda de se autorreferenciar — e, ao mesmo tempo, propor rupturas.


