Diante de um público que reuniu pessoas de diferentes nacionalidades, Rebeca Andrade encantou a todos e fez história nas Olimpíadas de Paris 2024, conquistando o ouro no solo e se tornando a maior medalhista olímpica do Brasil.
Com muito carisma e desenvoltura, ela ultrapassou Simone Biles depois de muita persistência diante das provas, algo que nunca faltou durante toda sua jornada para chegar a este glorioso momento. Descubra mais sobre a história da nossa campeã.
Rebeca Andrade: de Guarulhos para o Mundo
Nascida em Guarulhos, São Paulo, em 1999, Rebeca Andrade é filha de Dona Rosa, mãe solo de oito filhos, os quais criou sozinha trabalhando como empregada doméstica. Rebeca conheceu a ginástica artística aos quatro anos de idade, após participar de um projeto social voltado para o esporte.
A menina era levada pelo irmão mais velho de ônibus e a pé, quando a mãe não tinha dinheiro para pagar o transporte, em uma caminhada que levava até duas horas. Mais tarde, Dona Rosa conseguiu investir em uma bicicleta para que o irmão continuasse a levá-la.
Em um período, a mãe passou por dificuldades financeiras e não tinha mais condições de mantê-la nas aulas, foi então que os professores, vendo o potencial de Rebeca, se uniram para ajudar nas despesas da aluna promissora.
Mudança de Vida
Rebeca Andrade, que foi carinhosamente apelidada de “Daianinha de Guarulhos” em referência a Daiane dos Santos por uma professora, se mudou para Curitiba aos 9 anos, sozinha, para seguir seus sonhos. Logo após, seu talento inigualável a levou para o Rio de Janeiro, onde passou a fazer parte da equipe de ginástica artística do Flamengo.
Obstáculos Não Impediram Rebeca de Dar a Volta por Cima
Ao longo de sua história, Rebeca Andrade sofreu lesões. A primeira ocorreu em 2014, quando estava qualificada para as Olimpíadas da Juventude em Nanquim, mas precisou passar por uma cirurgia no pé. No ano seguinte, ela estava pronta para participar dos Jogos Pan-Americanos em Toronto, no Canadá, quando obteve uma ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho direito ao realizar um salto, necessitando novamente de cirurgia.
A partir daí, foram oito meses de recuperação com muito encorajamento e apoio emocional da família. Ela foi para as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, na qual terminou em nona colocação no individual geral e ficou fora da final do salto. Sua ascensão veio um ano depois, em Montreal, no Mundial de Ginástica, onde era uma das favoritas, mas experimentou mais uma contusão.
Apesar disso, Rebeca se recuperou e competiu no Mundial em 2018. Em junho de 2019, enquanto se preparava para o Mundial na Alemanha, vivenciou outra lesão no joelho, o que colocou em risco sua participação nas Olimpíadas de Tóquio. Com o adiamento da competição devido à COVID-19, Rebeca teve mais tempo para se recuperar e fez uma volta triunfal, conquistando a prata e o ouro.
Entre Títulos e Medalhas, Rebeca Representa o Público Feminino
Nas Olimpíadas de Tóquio em 2020, seu nome já era destaque ao ganhar uma medalha de prata e uma de ouro, garantindo seu título de primeira mulher brasileira da ginástica a subir ao pódio olímpico. Agora, nas Olimpíadas de Paris 2024, ela começou ganhando o bronze por equipes e, gradualmente, conquistou seu espaço, adquirindo a medalha de prata no individual geral e no salto.
A grande virada, para a surpresa do público brasileiro e internacional, foi quando Rebeca Andrade desbancou a então queridinha da competição, Simone Biles, encantando os jurados e trazendo para casa a almejada medalha de ouro na apresentação solo.
Este é apenas o começo de uma carreira brilhante para Rebeca, que, aos 25 anos, deixa um legado de superação e conquistas, servindo de exemplo para muitos jovens.