O rei do tule, do volume e da elegância, Giambattista Valli, chegou à Semana de Moda de Alta-Costura Outono 2024 com uma narrativa leve. O toque especial desta coleção vem de um diálogo intercultural sobre sentimentos. A atmosfera da Índia inspirou o estilista para suas novas criações.
Giambattista Valli Propõe uma Troca Entre a Influência Indiana e a Opulência Italiana
Em entrevista para a Vogue, Giambattista Valli explicou: “Não se trata da Índia, mas de uma espécie de conversa surreal que, para mim, é muito real”. Ele tentava assim explicar como o país o inspira em sua essência.
O designer frequentemente visita Jaipur para aguçar suas habilidades criativas. Ele descreve de maneira pitoresca que “deitar entre os arbustos perfumados e as maravilhosas flores dos jardins de Suryagarh Jaisalmer é uma carícia para a alma”. Sua intenção com a coleção de Alta Costura era reproduzir essa sensação de aconchego através de suas técnicas e características inconfundíveis.
Valli destacou ainda que, durante o Renascimento, artesãos florentinos especializados na técnica italiana da scagliola, usada para imitar estruturas de mármore, viajaram para trabalhar no Taj Mahal. Ele descreveu isso como “uma conversa entre culturas”.
As Flores como Representação da Beleza para Giambattista Valli
Desde tecidos florais até flores em 3D, os vestidos longos de Giambattista Valli revelaram sua interpretação de um jardim indiano. Algumas modelos desfilaram com os rostos pintados, evocando deuses hindus de faces azuis; outras foram adornadas com véus.
Certos vestidos apresentavam um busto generoso coberto por flores, e a combinação de drapeados, balonê e longas caudas com elementos florais arrancou suspiros dos presentes.
Além disso, entre os 33 looks, as cores têm sua importância destacada. Em uma Semana de Moda onde as paletas das coleções têm sido compostas por tons neutros e escuros, Valli opta por uma explosão extravagante de cores que, segundo ele, são “cores que você pode sentir o cheiro”.
O designer eternizou nas vestimentas referências à iconografia de Botticelli, capturando a graciosa languidez renascentista da Primavera. Giambattista acredita que essa beleza possui poder curativo, onde as flores se tornam o emblema supremo da graciosidade botânica.