O estilista norte-americano Thom Browne não se intimidou com a atmosfera parisiense dominada, em sua maioria, por marcas francesas. Para a Alta Costura de Outono de 2024, ele demonstrou estar profundamente comprometido com o perfeccionismo dos detalhes e o espírito de equipe. Afinal, quantas pessoas são necessárias para criar uma peça de Alta Moda? Talvez uma liga…
Thom Browne Remete às Olimpíadas, Mas o Significado da Coleção Vai Além
Com toda a divulgação para a Semana de Moda focada em modelos atléticos exibindo uniformes elitizados, a segunda coleção apresentada por Thom Browne em Paris parecia seguir o mesmo caminho da Dior. Esta optou por trazer a Grécia Antiga para a passarela no espírito das Olimpíadas.
No entanto, o tema esportivo, apesar de mencionado na estética e na força de disseminação, não apareceu tão literalmente nas roupas. Surpreendentemente, foi apenas uma parte do que Browne quis mostrar em seu desfile.
Ao colocar o conceito em jogo, a força atlética evidenciada em cabos de guerra mostra “a beleza da mão, em vez de uma máquina”, como explicou Thom Browne para a Vogue. É uma lição sobre o árduo trabalho em equipe realizado pelos profissionais da Alta Costura. Isso contrasta com a era em que a Inteligência Artificial se expande.
Thom Browne Transforma o Tecido Cru em Sua Obra de Arte Particular
Uma ambientação branca que acompanhou os looks desfilados foi montada dentro do Musée des Arts Décoratifs. Embora a escolha da cor tenha sido simplista, o conjunto como um todo engrandeceu visualmente o evento.
O destaque da coleção de Thom Browne foram as peças predominantemente feitas em musseline não tingido. Esse é um tecido de algodão normalmente usado para moldes. A escolha de um formato mais natural resultou em detalhes como barras não acabadas, mangas desfiadas e uma certa sensação de desgaste. Contudo, nada disso afetou a sofisticação da coleção, sendo tudo puramente intencional.
Thom Browne Dá um Novo Destino aos Elementos Históricos
Algumas referências aos esportistas da Grécia Antiga apareceram de forma mais objetiva. Elas foram usadas para ornamentar as roupas ou fazer parte da beleza do show, como a coroa de oliveiras e os penteados curtos.
Bem ao final do desfile, uma série de blazers simbolizava as medalhas olímpicas de ouro, prata e bronze. Inclusive, as botas do show lembravam chuteiras, desconstruindo o item esportivo e colocando-o como vanguarda.
Com a movimentação de Paris para as Olimpíadas, haverá um bom motivo para a repercussão e uso de algumas peças da Alta Costura que trazem um pouco da iminência desportiva intrínseca em sua concepção.
Fotos: Vogue