A capa é um elemento da moda que encanta visualmente e nos remete à riqueza e ao poder, levando nosso imaginário a viajar por outros séculos e a imaginar cenários fabulosos. As favoritas dos reis, rainhas, princesas de contos de fadas e super-heróis possuem um motivo real pelo qual foram criadas, já que, como muitas vestimentas, serviam para proteção.
Sua origem é um mistério; portanto, não se pode definir em que tempo ou lugar teve seu início, mas uma ilustração de 1066 registrou um soldado ou pastor com uma capa sobre os ombros, e nos anos 1300, uma mulher com uma capa presa à gola de seu vestido.
Antes de atingirem seu requinte, as capas eram apenas pedaços redondos de tecido presos à gola, evoluindo gradualmente para estilos que envolviam a complexidade da alfaiataria e da costura. A partir desse ponto, elas ressignificaram posições e ocupações.
O comprimento distinguia as classes sociais; por exemplo, os monges usavam modelos com capuz que iam até a cintura, enquanto a realeza desfrutava do luxo da dupla costura, feita em pele, veludo, seda ou cetim, que podiam chegar até os pés.
Na era vitoriana, as capas já eram principalmente usadas por mulheres, e o vermelho escarlate se tornou um símbolo de boa linhagem e alta classe social. Além disso, também serviram como impermeáveis para o exército na Europa.
A evolução deste traje trouxe uma abordagem mais moderna que se estendeu para além dos campos de batalha. Nos anos 20, tinham formato de casulo e serviam para visuais noturnos; nos anos 30, capas e casacos pareciam se fundir, dando origem a um híbrido: uma silhueta mais ajustada, com colarinho e botões, mas com elementos familiares de capa, como fendas para os braços (em vez de mangas) e uma bainha com diferentes comprimentos.
Nos anos 50, surgiram as “capas para ombros”, sem funcionalidade, apenas estética, com ênfase em forma, tecidos e linhas perfeitas. Por um certo período, caíram em desuso e ressurgiram na década de 70 como “capa poncho”, em versões de crochê.
Com o avanço das técnicas, o crescimento das tendências e dos núcleos geracionais, chegamos a uma era em que as capas envolvem uma gama de particularidades e inovações para agradar a diversos públicos. Nos desfiles de 2023 e para o Outono/Inverno de 2024, as grifes apresentaram suas versões de capa, trazendo esse item até para o cotidiano.
Sabendo que a temporada de eventos está aberta, trouxemos marcas inspiradoras para você considerar a inclusão deste componente na moda festa. Esta peça notável e atemporal merece uma chance, visto que não sairá de cena tão cedo.
Confira as belas capas de: Carolina Herrera, Danielle Frankel, Gaurav Gupta, Richard Quinn, Zuhair Murad e Georges Hobeika.
Fotos: Reprodução/Cr Fashion Book e Vogue