O tecido, desde seu descobrimento em 1800, passou por diversos cenários e se moldou através de diferentes estilos. A partir de sua repercussão, evoluiu e se tornou um item indispensável do closet feminino e masculino.
A ORIGEM DO NOME
O tecido emergiu em Gênova na Itália e em Nimes na França. Acreditam que seu nome deriva de “Genes“, a palavra francesa para Gênova e denim (de Nîmes).
O termo faz alusão ao material de sarja de algodão usado para fabricar calças. A hipótese mais aceita é de que a nomenclatura como conhecemos hoje foi resultado de uma deformação da linguagem, originada por má audição ou compreensão e posterior reprodução falada e escrita.
O SUCESSO ENTRE A CLASSE TRABALHADORA
Antes de ganhar a tão conhecida designação “jeans”, a matéria-prima já era muito utilizada pela classe trabalhadora na Itália, no Século XVII. Em 1873, tinha característica mais grossa e sua produção visava a maior resistência ao trabalho árduo, além da economia, por ter baixo valor agregado.
A IMPORTÂNCIA DE LEVI STRAUSS
Nascido na Alemanha, o comerciante Levi Strauss parte para São Francisco (EUA) em 1853, para abrir uma filial. Ao longo dos vinte anos seguintes, ele atinge o sucesso como empreendedor e conquista clientes fiéis.
Seu freguês, Jacob Davis teve um papel importante em sua história. Este, exercia a profissão de alfaiate. Um dia, Davis recebeu um pedido para criar uma roupa muito resistente e que não se desmanchasse com o uso. Atendendo a demanda, ele teve a ideia de colocar rebites em pontos de tensão da calça, como nos bolsos, botões e laterais.
As calças foram bem vistas e bem aceitas e Jacob pensou em tornar a ideia pública para mais visibilidade, porém não tinha o recurso financeiro. Foi então que decidiu procurar a pessoa que comprava o tecido: Levi Strauss.
Rapidamente, o empresário reconheceu o potencial visionário do novo produto e patenteou a ideia. Logo, abriu a empresa Levi Strauss & Co, pioneira nas vestimentas de trabalho, revolucionando a vida fatigante de mineiros.
Strauss e Davis fabricaram o denim em dois tipos de tecidos: brown duck e blue denim. Quando o icônico jeans 501 entrou em cena, no ano de 1890, o último tecido decolou.
Ao decorrer dos anos, foi adicionado um arco duplo de costura laranja como reforço adicional e também para declarar a nova identidade Levi’s. Os zíperes substituíram os botões em alguns designs de 1954 e quando a patente expirou, outros fabricantes começaram a reproduzir o estilo.
HOLLYWOOD ADERE AO JEANS
O jeans teve sua estreia dentro das telas, inicialmente em filmes de faroeste. Isso ajudou a Levi’s a ficar conhecida como grife no restante do mundo, por aumentar a procura pelas peças. Nas décadas de 1920 e 1930, houve a grande popularização das calças cowboy, em papéis interpretados por atores como John Wayne e Gary Cooper. A originalidade da estética atraiu os consumidores que buscavam roupas casuais para o cotidiano. Nesta época, a Vogue apelidou a tendência de “western chic”.
Mas não pense que as mulheres ficaram fora deste contexto. Fotos publicitárias de atrizes como Ginger Rogers e Carole Lombard vestindo jeans, trouxeram a perspectiva de que esta moda era para elas também.
No final dos anos 40 e início dos anos 50, o jeans passa a ser associado a rebeldia, destacando-se em estrelas como: Marlon Brando e James Dean. Associado ao sex appeal masculino destas figuras, personalidades do rock também aderiram e ajudaram a firmar o estilo, que fugia dos padrões rígidos da época.
O JEANS CHEGA AO BRASIL
A indumentária chegou em solo Brasileiro em 1948. O primeiro modelo lançado, foi denominado “Rancheiro”.
A Levi’s só se instalou no Brasil no pós-guerra em 1972, pois era vontade da empresa expandir para outros continentes. Estabelecendo-se com um escritório na Vila Leopoldina, em São Paulo e progredindo para uma fábrica, o empreendimento não durou muito e em 1999, fechou as portas. Foi apenas em 2006 que a marca abriu a primeira loja para vendas, no Morumbi Shopping. A partir daí, até os dias de hoje, as unidades começaram a se espalhar por todo o território nacional.
O JEANS MARCOU MOVIMENTOS
Nos anos 60 e 70, as mulheres escolheram o jeans como forma de demonstrar e lutar pela igualdade de gênero.
Também virou um símbolo da contracultura (movimento que possuía um teor social, artístico, filosófico e educativo, que se posicionava contra os valores disseminados pela indústria e o mercado cultural), chegando a ser proibido em escolas.
Os hippies e os manifestantes antiguerra usavam o jeans como forma de mostrar apoio à classe trabalhadora.
DA POPULARIZAÇÃO À ALTA-COSTURA
Lá pelo início dos anos 80, as grandes grifes começaram a adotar o denim. Na linha do tempo, começamos citando o jeans justo de lavagem escura da Fiorucci, apelidado de Buffalo 70.
Em 1976, a Calvin Klein inaugurou seu jeans azul na passarela, revelando um sucesso comercial e investindo em uma imagem mais ousada.
Já nos anos 90, as maisons de alta moda como Versace, Dolce & Gabbana e Dior decidiram apostar no mercado de jeans, abrindo uma gama de possibilidades e se aventurando em diferentes estilos. O visual passou a ser mais estratégico, atingindo grupos e subgrupos.
A partir daí o universo pop reconheceu o jeans como um item fixo de estilo e abriu portas para versões com lavagens especiais, jateados, desbotados e até rasgados. Viaje no tempo conferindo as fotos na nossa galeria:
Fonte: Vogue.globo e FFW