Crédito das fotos: Pinterest/WWD
A designer japonesa Rei Kawakubo é mais uma das personalidades da moda homenageadas pela série de matérias da Revista VLK. Desde os anos 80, a designer tem provocado a indústria da moda a repensar padrões e a fugir do óbvio.
Kawakubo faz uso de uma perspectiva artística profunda para as suas criações. Ela usa como base a crença de que o trabalho do designer de moda é uma verdadeira apresentação de arte, tendo a roupa apenas como meio. Veja a seguir um pouco mais da trajetória dessa brilhante designer:
INÍCIO DA TRAJETÓRIA
Nascida em 1942, em Tóquio, Kawakubo graduou-se em artes plásticas e estética na Universidade de Keio, em 1964. Ela tinha em sua mãe uma forte referência feminina, que abandonou o marido quando este não a deixou trabalhar fora de casa. Também com perfil muito independente, Kawakubo saiu de casa logo após a faculdade para assumir um cargo no departamento de publicidade de uma fabricante têxtil.
Lá, Kawakubo recebeu liberdade criativa de seu superior para coletar adereços e fantasias para sessões de fotos. Essa atividade acabou levando-a a criar suas próprias roupas quando não encontrava fantasias apropriadas para as fotos. No ano de 1967, ela se torna estilista freelancer.
COMME DES GARÇONS (CDG)
Junto a um grupo de amigos, ela funda a marca Comme des Garçons no ano de 1967, assumindo como head criativa. Em 1973, abre a sua primeira loja. Em uma década, já contava com 150 lojas em diversas cidades do Japão, com faturamento próximo a 30 milhões de dólares. Em 1983, abre a primeira loja nos Estados Unidos, expandindo o seu império para outros cantos do mundo.
A ESTÉTICA DE SUAS CRIAÇÕES
Não é por acaso que a sua marca pessoal levou o nome de Comme Des Garçons, ou “como os meninos”, na tradução literal. Desde o início as roupas eram pensadas para a mobilidade e o conforto. Tudo era criado com foco na mulher independente que não se veste para seduzir ou obter a aprovação de um homem.
No final da década de 1970, Kawakubo iniciou um relacionamento profissional e romântico com o colega designer japonês Yohji Yamamoto. Ambos produziram roupas que redefiniram a moda e desafiaram as concepções de beleza feminina. Os dois estrearam coleções separadas em Paris, em 1981, e chocaram a crítica. As roupas eram escuras (principalmente pretas), grandes demais e assimétricas, e que não se adaptavam às linhas do corpo humano.
HIROSHIMA CHIC
A crítica nunca poupou as criações de Kawakubo. Por não se enquadrarem na percepção da indústria sobre o que as mulheres queriam, as roupas criadas por ela eram por vezes descritas como antimoda. Sua influente coleção de 1982, Destroy, apresentava suéteres grandes e folgados, com buracos de tamanhos variados que pareciam ter sido abertos propositadamente. O estilo sombrio e desgrenhado foi apelidado pela mídia de “look pós-atômico” ou de “Hiroshima Chic”, uma referência às bombas que caíram sobre o Japão na 2ª guerra, algo que sempre desagradou a estilista.
CONSOLIDAÇÃO DA CARREIRA
Apesar de desafiar os conceitos de moda tradicionais, propondo novos olhares e uma contra cultura, Kawakubo serviu de inspiração para muitos designers de moda famosos, entre eles Marc Jacobs e Alexander McQueen. No mundo artístico vestiu celebridades como Lady Gaga, Katy Perry e Rihanna.