Imagens: Divulgação SPFW
A edição número 51 da São Paulo Fashion Week (SPFW) terminou no domingo, 27 de junho. O último dia do evento contou com veteranos e estreantes, entre eles Walério Araújo, que retorna para a semana de moda em celebração aos 30 anos de carreira. Além disso, o upcycling apareceu na SPFW através do Projeto Ponto firme, onde detentos e egressos do sistema prisional fazem crochê como forma de ressignificar peças doadas. Então, confira, a seguir, os destaques da moda brasileira:
WILSON RANIERI
O veterano retorna às passarelas da SPFW após 10 anos. Um tecido em especial foi o responsável pela decisão. Dele, nasceram looks estilo anos 60. No entanto, a coleção contou com uma variedade de materiais têxteis. Como, por exemplo, malha sarjada, cetim, mousseline e georgeteplisse. Saias evasês, macacões e saias. Vestidos e peças coladas ao corpo também chamam atenção.
SOUL BÁSICO
A marca de moda masculina foi uma das estreantes e promove um visual básico, mas estiloso e fora do padrão. O diretor criativo Zeh Henrique Domingos aposta em peças atemporais e modernas ao mesmo tempo.
Por isso, camisões e calças fluídas, golas canoas, parkas de jeans em patchwork e bolsos externos compõem o conceito da coleção. Na paleta de cores, o castanho, branco e rosa são predominantes. Mas há também estampas. As listras em conjuntos de quimonos com shorts, cardigãs e blusões em modelagens oversized se destacam.
VICTOR DA JUSTA
Obsessão pelo meio digital e o analógico é a reflexão proposta pelo estilista estreante na SPFW. Desta dualidade, nasce a coleção Cognição Faminta. Portanto, alfaiataria desconstruída e genderless é a grande aposta do carioca.
Além disso, no streetwear, calças pantalonas, camisões abertos e cintos estampados aparecem. A estampa inusitada, feita a partir de QR Code, chama a atenção para o conceito da marca, em cintos, bolsas e blusas.
PONTO FIRME
Desde 2015, o projeto capacita detentos de um presídio, em Garulhos, São Paulo, está na programação da SPFW. Mas, essa é a primeira vez que está no line-up principal. Líder do Ponto Firme, Gustavo Silvestre se inspirou em quatro máscaras feitas pelo artesão Anderson Figueiredo, participante da iniciativa.
Crochê é a principal aposta do projeto, que reaproveitou peças de doações e acervos. Então, 30 looks surgem para seis máscaras. As peças têm pontos largos e volumosos. Aliás, jeans e jaquetas ganham aplicações em crochê.
RENATA BUZZO
Um poema deu origem para a coleção da estilista. Os planetas Júpiter e Saturno foram utilizados como analogia para duas pessoas distintas e em desencontro, ou seja, que não se entendem.
Portanto, os desenhos da Terra dão origem a aplicações quadriculares. Silhuetas e mangas exageradas, em formato de sino, são originadas do Espantalho, citado no poema. Influências dos anos 1960 e 1970 são vistas nas modelagens.
Já a paleta de cores foi influenciada pelos planetas citados. Júpiter traz tons terrosos e rosados, enquanto Saturno, amarelados. Azul pálido, marrom, laranja e vermelho significam elementos naturais.
WEIDER SILVEIRO
Independência da mulher com a tecnologia se torna o tema do estilista na coleção Citá. Com características urbanas e modernas, 30 looks foram desfilados no rooftop do Edifício Copan.
Cores sólidas, brilhantes, se misturam com preto em peças como, por exemplo, calças. Vestidos com transparência, que compõem uma das tendências das últimas temporadas de moda, também estão presentes.
WALÉRIO ARAÚJO
Primeiramente, o vídeo “Minha História” celebra os 30 anos de carreira do estilista com looks carnavalescos, noturnos e criativos. Estampas com a mãe de Walério e o Copan aparecem em vestidos da coleção e uma combinação de miçangas representa sua cachorrinha de estimação.
Um visual minimalista repaginado aparece também, através do Padre Cícero, que faz parte da infância na casa da avó. Há uma padronagem de calçada da capital paulistana e até mesmo um uniforme de futebol americano em versão de festa.
FLAVIA ARANHA
A veterana fecha a edição 51 da SPFW com o fashion film Sopro. Uma colcha de retalhos, feita a partir de resíduos do ateliê, dá vida aos tecidos acumulados durante o ano de pandemia. Quase 500 quilos foram transformados em patchwork em parceria com as Artesãs de Muquém e as Artesãs de Maciel.
Então, os tecidos geram vestidos fluídos, conjuntos de roupas em modelagens orgânicas e fluídas. Por fim, o processo de tingimento natural da estilista usa materiais como cascas de cebola e de milho. Assim, as tonalidades representam o sol do nascer até o pôr.