“Eu sabia, enquanto segurava meu primeiro filho, que estava perdendo meu segundo”, escreve Meghan Markle, esposa do príncipe britânico Harry, em artigo de opinião publicado no The New York Times, ao relatar um aborto espontâneo, em julho deste ano.
Tudo aconteceu quando estava cuidando do filho Archie Harrison Mountbatten-Windsor, nascido em 6 de maio de 2019, sétimo da linha de sucessão ao trono do Reino Unido. Ela descreve uma cãibra aguda que sentiu e a tristeza que veio a seguir.
“Me joguei no chão com ele em meus braços, cantarolando uma canção de ninar para nos manter calmos, a melodia alegre em forte contraste com a minha sensação de que algo não estava certo”
— Meghan Markle para o The New York Times
Horas depois, Meghan e Harry estavam no hospital. Enquanto segurava a mão do marido, ela conta que tentou pensar em como os dois se curariam após o triste acontecimento.
“Perder um filho significa carregar uma dor quase insuportável, vivida por muitos, mas falada por poucos”. Mas, apesar do luto, os dois descobriram que, “em um quarto com 100 mulheres, 10 a 20 delas sofreram aborto espontâneo”.
No entanto, apesar da impressionante semelhança dessa dor, a conversa continua sendo um tabu, cheia de vergonha (injustificada) e perpetuando um ciclo de luto solitário… Algumas têm corajosamente compartilhado suas histórias; elas abriram a porta, sabendo que quando uma pessoa fala a verdade, isso dá licença para todas nós fazermos o mesmo.
— Meghan Markle para o The New York Times
MOTIVO DO RELATO
Por fim, a duquesa de Sussex fez referência a uma entrevista para TV, na qual um jornalista pergunta se ela estava bem, em viagem à África do Sul com o marido, durante o período em que ainda eram membros seniores da família real britânica.
Portanto, o objetivo do texto da ex-atriz de 39 anos é compartilhar sua experiência para incentivar as pessoas a se comprometerem a perguntar aos outros, ‘você está bem?'”, no feriado norte-americano de Ação de Graças. “A perda e a dor atormentaram cada um de nós em 2020”, reflete.
SEGUNDO MEMBRO DA REALEZA A CONTAR
Meghan Markle não é a única pessoa ligada à Família Real que relatou um aborto espontâneo. A neta da Rainha Elizabeth II, Zara Tindal, contou, em 2018, que sofreu dois abortos antes de ter o segundo filho.
Entretanto, por se tratar de um “assunto profundamente pessoal”, o Palácio Buckingham disse, por meio de um comunicado, que não irá comentar a publicação.