Imagens: Gorunway/Alessandro Lucioni
A Milão Fashion Week (MFW) começou ontem, no dia 23 de setembro e deu espaço para apresentações digitais e presenciais. Enquanto a Missoni abriu a temporada de Primavera Verão 2021 do Ready-to-Wear italiano relembrando a coleção de Inverno 2020 e aprofundando o diálogo sobre os impactos na moda, duas grandes marcas se destacaram por fazer o oposto do que vem sendo o novo normal: Fendi e Dolce & Gabbana.
FENDI
Com primeiro desfile ao vivo e real do evento, a Fendi abriu o show com fotos tiradas durante a quarentena pela Diretora Criativa Silvia Venturini Fendi, todas através da janela de seu quarto. Em cenário todo clean e claro, as modelos andaram por entre os convidados. Venturini reviu arquivos passados da grife, renovando o que já era antigo com um toque de atualidade com tons que iam dos mais básicos e neutros aos coloridos. Portanto, isso definiu o conceito da coleção, focada em usabilidade e valores.
“Neste momento não basta falar de moda. Queria falar sobre os valores que estão por trás da moda e posso dizer que existem muitos. Na minha família, sempre atribuímos um grande significado ao que fazemos. Queria aqui conseguir roupas que fossem do momento, mas que também fizessem parte da sua vida, para a sua vida.”
– Silvia Venturini Fendi para a imprensa
Um dos tecidos destaque foi o linho, tingido de forma despojada e costurado elegantemente. Modelagens com as silhuetas clássicas e de influência vintage, vistas nas roupas de inverno, foram forte presença fashion e definiram uma identidade para o ano da marca. Entretanto, transparências, pontos de cor nos acessórios, jaquetas puffer e combinações como chinelos com meias deram um toque mais ousado e contemporâneo ao sofisticado da Fendi para a passarela da MFW.
DOLCE & GABBANA
Contrariando as tendências minimalistas coletivas da época e apostando no maximalismo com uma verdadeira explosão de cores. Domenico Dolce e Stefano Gabbana ousaram ao apresentar uma coleção alegre e com cerca de 99 looks diferentes, a maioria com patchwork. Sendo a Sicília inspiração principal, uma ilha italiana ao sul com fortes influências culturais árabes, espanholas e normandas devido a sua localização. O primeiro dos estilistas nasceu e foi criado na região.
Ainda assim, a modelagem das silhuetas lembrava de forma significativa o arquivo pessoal da grife datado dos anos 90. Vestidos ampulhetas, comprimentos de curto a longo, jaquetas e blazers com cortes acentuados, tudo lembra em essência a Dolce & Gabbana. Além disso, algodão e chiffon são alguns dos tecidos escolhidos para a temporada. Mas, o foco otimista está na fatta a mano, ou seja, nas técnicas de artesanato italianas. Por fim, região de Milão, e depois todo o país, foi uma das primeiras a ser atingida fortemente pela pandemia do coronavírus.
“O importante para nós é que cada peça seja interpretada por mãos experientes, uma após a outra, e assim cada uma tenha a sua personagem, a sua história, a sua paixão, a sua visão … Disso vem a singularidade de cada peça.”
– Stefano Dolce sobre a coleção para a MFW.